O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insistirá na estratégia de enfrentamento e esticará a defesa de sua candidatura até as últimas possibilidades.
Nesta terça-feira (4), os advogados pedirão liminar ao STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que, na madrugada do último sábado (1°), que barrou o petista na corrida presidencial.
A informação foi repassada a jornalistas pelo vice da chapa, Fernando Haddad (PT), em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde Lula está preso desde abril.
Haddad disse que a defesa peticionará dois recursos extraordinários, nas esferas eleitoral e criminal, para que Lula tenha o direito de registrar sua candidatura. Assim, o PT não precisaria substituí-lo no prazo de dez dias, como estipulado pelo TSE.
Caso os recursos sejam rejeitados, o partido tem até o dia 11 de setembro para apresentar um novo candidato. Haddad é tratado nos bastidores como o preferido para o plano B.
Ainda nesta segunda (3), segundo ele, os advogados do ex-presidente também peticionarão ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) que se manifeste sobre a decisão do TSE. A determinação do tribunal ocorreu a despeito do posicionamento favorável do grupo ao petista.
O vice da chapa também afirmou que cancelou agenda no Rio Grande do Sul nesta segunda para voltar a São Paulo e realizar os últimos ajustes na propaganda eleitoral.
"Para que nossa campanha de rádio e TV e rede social esteja estritamente de acordo com as exigências da decisão [do TSE]", disse. De acordo com a determinação do tribunal, Lula pode aparecer em apenas 25% do programa.
A reunião também contou com sete advogados de Lula, entre eles Cristiano Zanin Martins, Valeska Teixeira Zanin Martins, Luiz Fernando Casagrande Pereira e o ex-ministro Eugênio Aragão.
O encontro teve início pela manhã e estendeu-se pela tarde, com um intervalo para o almoço. No total, a reunião levou cerca de cinco horas.
A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, também esteve no prédio da PF. Segundo a assessoria da vigília "Lula Livre", Gleisi não entrou na cela de Lula.
Na semana passada, a juíza Carolina Lebbos proibiu a senadora de atuar como advogada do ex-presidente. Por isso, ela teria que respeitar o horário de visitas, sendo impedida de encontrá-lo a qualquer momento.
Pela primeira vez desde abril, Haddad foi a Curitiba acompanhado da mulher, Ana Estela, que não participou da reunião.
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