Expulso por suposta infidelidade do PSDB paulistano comandado por um aliado de João Doria, o secretário estadual Saulo de Castro afirmou à Folha que “o seu partido não é o dos oportunistas, dos mentirosos, dos que não têm palavra”.
Castro e o ex-governador e ex-presidente nacional do PSDB Alberto Goldman foram sumariamente expulsos pelo diretório municipal nesta segunda-feira (8).
Aliado de Alckmin, Castro permaneceu no governo após a posse de Márcio França (PSB), ora adversário de Doria na disputa estadual. Goldman, por sua vez, aproximou-se de Paulo Skaf (MDB), que perdeu no primeiro turno.
A expulsão faz parte da ofensiva de Doria para tomar o controle do partido depois da derrota de Geraldo Alckmin na eleição presidencial. O tucano comanda o PSDB nacional.
A orientação da executiva foi que Castro e Goldman desconsiderem a expulsão por ver ausência de valor jurídico.
Em nota encaminhada à Folha, Castro faz menção indireta a tentativas de Doria de substituir Alckmin, seu padrinho político, na disputa presidencial e, na campanha, ter flertado com o adversário Jair Bolsonaro (PSL).
Na segunda, Goldman também retrucou. “Não tem nenhum panaca nesse partido que tenha condição moral de pedir a minha expulsão”, afirmou.
Leia a nota de Saulo de Castro:
“Mário Covas nos ensinou que lealdade é traço de caráter. Fidelidade e gratidão também.
Infiel não sou.
Sou fiel aos valores de fundação do PSDB. Meu PSDB é o do Mario Covas e Geraldo Alckmin, e não o dos oportunistas, dos mentirosos, dos que não têm palavra, dos que oscilam de acordo com interesses mesquinhos e se apequenam na adesão interesseira.
Definitivamente esse não é o meu PSDB.
Passei uma vida lutando pelos valores de Covas e Alckmin.
Minha diferença com essa candidatura que aí está é no campo dos valores. Só isso.”
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