Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro anuncia assessor de Toffoli para Ministério da Defesa

Segundo aliados do presidente eleito, escolha é tentativa de aproximação com presidente do STF

Brasília e São Paulo

O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (13), nas redes sociais, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva como futuro ministro da Defesa. O militar, que ajudou na formulação de propostas para a campanha do capitão reformado, atualmente assessora o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), José Dias Toffoli.

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O general da reserva Fernando Azevedo e Silva após entrevista exclusiva para à Folha de São Paulo em 2016 - Mauro Pimentel - 18.jul.2016/Folhapress

Ex-chefe do Estado-Maior do Exército, ele esteve à frente da Autoridade Pública Olímpica durante o governo de Dilma Rousseff e era considerado próximo do então ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante, do PT.

Neste ano, Azevedo e Silva deixou o Alto Comando do Exército para auxiliar a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), chefiada pelo ministro Dias Toffoli, por sugestão do comandante do Exército, general Villas Bôas. Além das funções no STF, o general também auxiliaria Toffoli no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em análises e políticas de segurança pública.

Inicialmente, Bolsonaro anunciou que a pasta seria comandada pelo general da reserva Augusto Heleno, mas mudou de ideia e decidiu nomear Heleno para o GSI (Gabinete de Segurança Institucional).  A mudança se deu por uma disputa interna por espaço e por um temor da ala militar do futuro governo que civis ocupassem o GSI. 

Nos bastidores da transição, aliados começaram a estudar a possibilidade de que o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno assumisse o gabinete, tradicionalmente comandado por integrantes das Forças Armadas. Com a alteração, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, disse que Bolsonaro deveria indicar alguém da Marinha para a Defesa. O próprio Heleno afirmou que escolher alguém da Aeronáutica ou Marinha traria mais equilíbrio ao futuro governo.

O desejo, contudo, não se concretizou. Segundo aliados do presidente eleito, a escolha de Azevedo e Silva faz parte também de uma tentativa de aproximação de Bolsonaro com Toffoli, após o filho do militar ter afirmado que bastavam um cabo e um soldado para fechar o STF.

Azevedo e Silva já é o terceiro militar anunciado pelo presidente eleito para compor seus ministérios. Além de Heleno, ele indicou o tenente-coronel Marcos Pontes, astronauta brasileiro, para comandar Ciência e Tecnologia.

Azevedo e Silva é da turma anterior à de Bolsonaro na academia de formação de oficiais. Eles serviram juntos na Brigada Paraquedista. O general também foi comandante militar do Leste, no Rio de Janeiro, e um dos idealizadores do programa de alto rendimento esportivo que atraiu atletas civis para reforçar o quadro das Forças Armadas para os Jogos Militares de 2011. 

Gustavo Uribe, Laís Alegretti , Débora Sögur Hous e Talita Fernandes
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