Promotoria do Rio diz que Queiroz comprovou doença para faltar a depoimentos

Fabrício Queiroz revelou ter câncer no intestino durante entrevista ao SBT

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Rio de Janeiro

O Ministério Público do Rio divulgou nesta quinta-feira (27) que os advogados do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), apresentaram atestados médicos que comprovam "grave enfermidade" e que justificariam suas duas faltas a depoimentos marcados na promotoria nas últimas semanas.

Segundo nota divulgada pelo MP-RJ, os documentos mostram que o Queiroz irá se submeter em breve a uma cirurgia, sem especificar contudo para que tipo de doença o procedimento se trata, e que será ouvido "tão logo" tenha autorização médica.

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), disse em entrevista ao SBT que parte do R$ 1,2 milhão que movimentou vem de negócios como compra e venda de carros
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), disse em entrevista ao SBT que parte do R$ 1,2 milhão que movimentou vem de negócios como compra e venda de carros - Reprodução/SBT

Queiroz foi chamado a dar explicações por movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão em sua conta bancária entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, identificadas por relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras). 

Queiroz trabalhava no período como assessor parlamentar de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), tendo recebido R$ 81 mil em salários.

O Coaf considerou atípicos o volume e a forma com que as operações foram feitas, apesar de isso não significar por si só prática criminosa. A promotoria do Rio apura a origem e o destino do dinheiro movimentado. 

O relatório apontou coincidências entre as datas de pagamento de salário da Alerj, depósitos em espécie na conta de Queiroz e saques em dinheiro pelo assessor. 

A suspeita é que o policial militar fosse responsável por recolher parte do salário dos funcionários de Flávio Bolsonaro —prática em alguns gabinetes do Legislativo. Flávio nega que adote a prática.

Apesar de ter faltado a duas oitivas pedidas pelo MP-RJ, Queiroz concedeu na última quarta-feira (26) entrevista ao SBT, em sua primeira aparição pública desde que o relatório do Coaf foi revelado, em 6 de dezembro.

Queiroz afirmou que as movimentações não foram irregulares e que decorreram de compra a venda de carros. O ex-assessor afirmou ser um "cara de negócios". Ele disse ainda que sofria de um câncer de intestino.

"Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, compra um carrinho, mandava arrumar, revendia, tenho uma segurança", declarou.

Sobre a suspeita de repasses de salários de assessores a deputados, Queiroz negou que fosse funcionário fantasma ou laranja.

Flávio Bolsonaro e uma das filhas de Queiroz estão previstos para serem ouvidos na promotoria do Rio na segunda semana de janeiro. 

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