Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Maia é alvo de protesto e vira boneco inflável em ato pró-Bolsonaro no Rio

Manifestantes criticaram presidente da Câmara, chamado de 'funcionário do centrão'

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Rio de Janeiro

A pauta da aprovação da reforma da Previdência ficou em segundo plano durante manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), na manhã deste domingo (26), na praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

Ainda que muitos cartazes defendessem a reforma encabeçada pelo ministro Paulo Guedes, a maioria fazia ataques ao Congresso, especialmente na figura do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM), ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aos partidos políticos.

Manifestante tira selfie na frente de bonecos infláveis representando Rodrigo Maia e o ex-presidente Lula
Manifestante tira selfie na frente de bonecos infláveis representando Rodrigo Maia e o ex-presidente Lula - Ricardo Moraes/Reuters

O ato teve início por volta das 10h e começou a dispersar por volta das 13h. As duas faixas da avenida Atlântica foram ocupadas por cerca de sete quarteirões, entre a rua Sá Ferreira e a rua Barão de Ipanema. Os manifestantes eram muitos, mas estavam espaçados, o que possibilitava caminhar tranquilamente pela rua, com exceção de aglomerações pontuais em torno de carros de som. A Polícia Militar não fez estimativa de público.

Maia foi um dos principais alvos do protesto. Manifestantes levaram até mesmo um boneco inflável do presidente da Câmara, posicionado ao lado de um pixuleco —como ficou conhecido o boneco "presidiário" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os cartazes contra Maia, foram vistos "Não elegemos Maia presidente do Brasil" e "Rodrigo Maia inimigo do Brasil, funcionário do centrão".

O Judiciário não ficou de fora, representado nos cartazes e faixas com ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal). Uma delas dizia: "Fora STF, Alcolumbre [Davi, presidente do Senado] e Maia. Deixem o Brasil crescer".

A classe política e os partidos, por sua vez, também foram alvo do protesto. "Trabalho para sustentar vermes e parasitas dos três Poderes", afirmava um cartaz. "Partidos políticos no Brasil são facções criminosas", dizia outro.

Até mesmo o MBL (Movimento Brasil Livre), que protagonizou os movimentos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), foi atacado no protesto por se posicionar contrariamente aos atos deste domingo.

A mídia também foi hostilizada no ato, tanto por parte dos organizadores em cima de carros de som quanto pelos manifestantes que estavam presentes. Três pessoas se recusaram a falar com a Folha.

O bancário Jefferson dos Santos, 36, aceitou. Com uma placa com os dizeres "Respeitem meu voto! Respeitei o de vocês durante 16 anos!", ele foi ao ato defender que a mídia recue nas críticas ao presidente.

Para Jefferson, não estão deixando Bolsonaro trabalhar. "Pior coisa é fazer seu trabalho e alguém perturbando você. O cara vai fazer seis meses no poder e ninguém deixa ele trabalhar", afirmou.

Ao final da conversa, o entrevistado quis tirar uma selfie com a repórter e publicá-la em suas redes, pedido que foi negado. O uso de celulares, por sinal, foi marcante na manifestação. A todo tempo manifestantes faziam fotos e vídeos.

Vestidos de verde e amarelo, os presentes também cantaram o Hino Nacional, soltaram fogos e rezaram. 

Apesar de ter vindo ao Rio de Janeiro participar do casamento de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, o presidente não foi a manifestação, como já havia sido anunciado. Para compensar a sua ausência, manifestantes levaram um Jair Bolsonaro de papelão, que acabou disputado para selfies. 

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