Frota publica foto íntima de publicitário cotado para cargo na Secom

Deputado disse querer apontar 'falso moralismo' do governo Bolsonaro; Luiz Galeazzo afirmou que ataque é covarde

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Brasília

O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) publicou em suas redes sociais uma foto íntima de Luiz Galeazzo, o publicitário bolsonarista cotado para assumir o comando da Diretoria de Conteúdo e Gestão de Canais Digitais na Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência). 

O nome de Galeazzo como futuro membro da Secom foi divulgado pela revista Época nesta quarta-feira (5). 

Pouco depois, Frota publicou em sua conta no Twitter uma foto em que o publicitário e influenciador digital aparece com duas mulheres nuas, mordendo a nádega de uma delas. 

"Vejam o conservadorismo do Bolsonaro. Esse é o Luiz Galeazzo que será o novo secretário de mídias digitais da Secom. Convidado para trabalhar no governo", escreveu o deputado.

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) durante depoimento na CPI das Fake News em outubro
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) durante depoimento na CPI das Fake News em outubro - Pedro Ladeira - 30.out.19/Folhapress

Ele marcou na publicação os perfis da secretaria vinculada à Presidência, da Igreja Universal do Reino de Deus, do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Cidadania, Osmar Terra, além de veículos de comunicação.

No seu perfil do Instagram, no fim da tarde, Galeazzo afirmou que se trata de uma foto antiga. Segundo ele, foi um ataque covarde e criminoso.

"Tive minha vida íntima exposta numa foto antiga usada e repercutida por um político e parte da imprensa para me atacar por conta de minha posição política", afirmou.

"Um ataque covarde e criminoso que atinge não só a mim, mas a minha família e atual namorada. Medidas cabíveis serão tomadas."

Procurado, o deputado do PSDB afirmou que a foto estava na internet e que decidiu publicá-la para expor "a hipocrisia e o falso moralismo". 

"Essas fotos já estavam nas redes, estavam numa nuvem", afirmou à Folha.

"Esse é o Galeazzo em ação no conservadorismo. Eu decidi postar para mostrar para as pessoas que a hipocrisia e o falso moralismo estão latentes nesse governo do Bolsonaro."

Frota, que já teve carreira como ator pornô —passado que é citado por seus críticos—, disse que "é bom que as pessoas vejam que todos têm seu telhado de vidro". 

"Eu sou um cara tão atacado, mas é bom que as pessoas vejam que todos têm seu telhado de vidro e todos têm algo a dizer que fizeram no verão passado", disse. 

Além da foto íntima, Frota publicou nas redes sociais diversas postagens atribuídas à conta do publicitário no Twitter. 

Como a conta de Galeazzo nesta rede social foi deletada, a Folha não pode aferir a veracidade dos posts.

Nos prints postados por Frota, Galeazzo supostamente responde a usuárias que o criticaram: "vc nunca saberá, pq não deixo meu pau chegar nem a 2 metros de distância de tracajaras flácidas e fedorentas que nem vc" e "só olhar para as suas fotos já dá para sentir o cheiro do seu corrimento, sai da internet e procura um ginecologista urgente".

"Ele discute com mulheres que não concordam ou que se baseiam em outros fatos, ele não aceita o contraditório. Ele ataca mulheres, ataca gays, ataca negros", diz Frota. 

Deputados da ala bolsonarista do PSL classificaram como baixos os ataques de Frota. Ele chegou a discutir na CPI das Fake News com a deputada Caroline de Toni (PSL-SC). 

Ao mencionar o caso na comissão, ela pede respeito, e Frota responde dizendo "Respeita você, que ele é da sua laia".

Galeazzo afirmou para amigos ter recebido o convite para integrar a Secom na última segunda-feira (27) pelo secretário Fabio Wajngarten.

Folha confirmou com dois desses interlocutores a informação. De acordo com os relatos, Galeazzo informou ter enviado seus documentos para a Presidência da República para que o Gabinete de Segurança Institucional possa fazer a análise de seus antecedentes, inclusive criminais.

Nas conversas, o publicitário disse ter recebido de Wajngarten a missão de transformar a diretoria de Canais Digitais da Secom. Além do reposicionamento da publicidade do governo nas mídias sociais, caberia a ele organizar uma equipe capaz de dar respostas rápidas ao que Wajngarten chamou de "ataques da imprensa ao governo".

Colaborou Julio Wiziack

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