Descrição de chapéu Lava Jato

Messer diz que foi avisado de operações policiais, e MP abre investigação

Em delação, doleiro afirma que soube com com antecedência de ação contra ele

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Curitiba | UOL

O MPF-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) abriu investigação para apurar a afirmação do doleiro Dario Messer, em sua delação premiada, de que ele teria sido avisado sobre operações policiais.

Nos documentos da delação aos quais o UOL teve acesso, Messer admite que soube com antecedência de uma operação para prender ele e outros doleiros em 2018. Disse, inclusive, ter avisado pessoalmente operadores de câmbio do Rio sobre a ação.

O documento sobre o depoimento do doleiro, contudo, não aponta nomes ou revela maiores detalhes da suposta rede de informantes. Procurada pelo UOL, a defesa de Messer não quis se manifestar.

Messer também afirmou que seu ex-sócio Najun Turner teria "amigos na PF" de São Paulo. De lá teria partido o alerta sobre a operação de 2018 e "várias" outras deflagradas contra doleiros —Messer não especificou quais.

A PF informou que "qualquer notícia de desvio funcional que possa surgir é investigada pela instituição". Ressaltou também que não comenta eventuais investigações em andamento. Procurada pelo UOL, a defesa de Turner não quis se manifestar.

A força-tarefa da Lava Jato no MPF-RJ confirmou que há investigações em curso sobre os tais vazamentos. "Pelo bem das próprias investigações, não podemos comentar", declarou.

A Operação Câmbio, Desligo, realizada em 2018 com alvo em Messer e outros doleiros, foi a etapa da Lava Jato com o maior números de mandados de prisão emitidos: 43. Messer disse em delação que soube da operação e, por isso, fugiu para o Paraguai. Ele foi um dos 12 doleiros não localizados pela PF.

A Câmbio, Desligo não foi a única operação policial da qual Messer escapou. Em 2009, foi deflagrada a Operação Sexta-Feira 13, na qual ele também teve sua prisão decretada. Messer não foi localizado por policiais naquela ocasião.

Quem mantinha contato com o doleiro afirmou que ele também soube da ação com antecedência e se refugiou em Israel. Só voltou ao Brasil quando conseguiu um habeas corpus na Justiça.

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