Bolsonaro admite 'simpatia' por Pacheco no Senado e volta a cobrar ruralistas por apoio a Lira

Líderes da FPA anunciaram apoio a Baleia Rossi, adversário de candidato do Planalto na Câmara

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (12) que tem "simpatia" pela candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado.

Embora o apoio de Bolsonaro a Pacheco —nome defendido também pelo atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP)— já fosse conhecido entre parlamentares, é a primeira vez que o mandatário mostra publicamente sua posição na disputa.

"O PT resolveu apoiar quem [eu] tenho simpatia no Senado. Eu nunca conversei com deputado do PT, PC do B e PSOL, nem eles procuraram falar comigo. Eu já sei qual a proposta deles", disse o presidente para um grupo de apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada.

Diante de duas bandeiras, Bolsonaro posicionado ao microfone com uma mão na cabeça
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Sergio Lima/AFP

O vídeo com a fala de Bolsonaro foi publicado nas redes sociais de Tercio Arnaud, assessor da Presidência da República e integrante do chamado "gabinete do ódio".

A bancada do PT no Senado anunciou nesta segunda-feira (11) que vai apoiar Pacheco na eleição para o comando do Senado, que será realizada em fevereiro.

O senador mineiro conta com o apoio de sete partidos —DEM, PROS, PSC, PSD, PT, PL e Republicanos— que contabilizam 32 senadores.

O MDB, que tem a maior bancada no Senado, anunciou ainda em dezembro que teria um candidato único na eleição, mas ainda não definiu o nome.

Eram pré-candidatos inicialmente o líder da bancada, Eduardo Braga (MDB-AM); o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE); o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO); e a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Simone Tebet (MDB-MS).

Mas a expectativa é que Bezerra e Gomes se retirem da disputa agora que a Bolsonaro trabalha abertamente por Pacheco.

Na conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a cobrar a bancada ruralista por engajamento na campanha do líder do centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), na disputa pela presidência da Câmara.

O presidente já havia se queixado na segunda pelo fato de lideranças da bancada terem anunciado voto em Baleia Rossi (MDB-SP), nome apoiado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

No domingo (10), o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), declarou publicamente apoio a Baleia —​que tem em seu bloco siglas da oposição. O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), que assumirá o comando da bancada no fim do mês, também já endossou o nome de Baleia.

"O agronegócio nunca lucrou tanto. Não pararam nem na pandemia. Agora quando peço para votar numa pessoa que vai fazer a reforma agrária, que vai fazer a regulação fundiária para acabar com essa história de que a Amazônia pega fogo só no meu governo", declarou o presidente.

"Se fizer a regulação fundiária, nós vamos saber que aquela terra que desmatou ou pegou fogo, vamos saber de quem é o CPF daquela pessoa. E o atual presidente da Câmara [Maia] não permitiu que isso fosse votado lá", disse.

"O que eu peço para a bancada ruralista, que é uma minoria mas que pode decidir [a eleição]: é que veja o que fizemos ao longo de dois anos, o que vocês lucraram, o que o Brasil lucrou com vocês também. A gente não aguenta dois anos com uma pauta trancada, voltada para interesses de PT, PC do B e PSOL", disse.

Bolsonaro voltou a falar contra a candidatura de Baleia Rossi.

"A outra chapa está coligada com PT, PC do B e PSOL, que estes parlamentares, junto com Rodrigo Maia, travaram um montão de pautas nossas para fazer a reforma agrária, para fazer a regularização fundiária. E eles querem continuar. Estes que lucram muito conosco e têm que lucrar, que tem paz no campo agora", afirmou.

Ao defender seus candidatos, Bolsonaro também disse que a facilitação ao acesso a armas passa pelo comando das duas Casas. "Quero que vocês, cidadãos de bem, tenham armas", declarou.

O presidente disse que seu propósito não é agradar ninguém, mas que veio "para cumprir quatro anos de mandato". Pouco antes, ele mencionou uma eventual reeleição.

"Eu vou fazer quatro anos de mandato. Se vai ter oito, depende de vocês", afirmou.​

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