O MIS (Museu da Imagem e do Som) promove uma viagem a 1932 em exposição que abre neste sábado (9), às 15h.
A instituição paulistana revive a Revolução de 32, que eclodiu há 90 anos, por meio de estruturas interativas, objetos e uniformes da época, fotos históricas, grandes mapas e cartazes.
Segundo o historiador Marco Antonio Villa, curador da exposição, esse "foi o maior conflito bélico da história brasileira do século 20", com mais de 100 mil homens em combate. De um lado, os paulistas, que se lançaram inicialmente às batalhas. Do outro, as forças federais comandadas por Getúlio Vargas.
A imersão no tema começa pelas escadas que levam ao segundo andar do museu. As paredes reproduzem dezenas de cartazes que buscavam estimular a participação popular na guerra que estava começando.
"Chama a atenção a pujança da publicidade de São Paulo para criar peças de qualidade gráfica tão rapidamente", afirma Marcos Mendonça, diretor do MIS.
Depois de passar por um túnel com reproduções de jornais da época, o visitante encontra a maquete de um prédio histórico do centro de São Paulo, o Barão de Itapetininga, situado na rua de mesmo nome, na esquina com a praça da República.
Na noite de 23 de maio de 1932, houve no local trocas de tiros entre estudantes que se opunham a Getúlio Vargas e militantes favoráveis ao líder gaúcho. O tumulto terminou com 13 mortos e muitos feridos, mas só quatro ganharam, de fato, notoriedade.
O auxiliar de escritório Euclides Miragaia, o comerciário Antônio Américo Camargo Andrade e o fazendeiro Mário Martins de Almeida caíram em meio aos tiroteios. Atingido por uma bala, o ajudante de farmácia Dráusio Marcondes de Sousa, de 14 anos, morreu alguns dias depois. Desse episódio, surgiu o acrônimo MMDC.
Luzes e projeções de imagens sobre a maquete lembram o tom sombrio daquela noite.
Mais adiante, a exposição exibe uma grande reprodução do Fantasma da Morte, o trem blindado usado pelas tropas paulistas para atacar as forças federais —essa e outras estratégias não foram suficientes para impedir a derrota dos constitucionalistas; a rendição se deu no dia 1º de outubro e no dia 2 os líderes do movimento de São Paulo foram depostos.
Outro espaço instagramável é a reconstituição, em menores dimensões, da entrada do Túnel da Mantiqueira, área onde, segundo pesquisadores, aconteceram centenas de mortes em combates, como a do tenente-coronel Fulgêncio de Souza Santos, então comandante do 7º Batalhão da Força Pública de Minas Gerais.
Outro espaço curioso é a reprodução estilizada da praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, nas proximidades do palácio do Catete, então sede do governo federal. Pilotos paulistas sobrevoaram a região e soltaram folhetos pró-Constituição.
Na mesma sala, entre outros objetos históricos, é possível observar os trajes do general paulista Ataliba Leonel, que comandou a Brigada do Sul.
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