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PGR rejeita intenção do PT de federalizar assassinato de petista

Órgão diz que investigação sobre crime em Foz do Iguaçu (PR) é da Justiça estadual

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Brasília

A ​PGR (Procuradoria-Geral da República) informou que compete à Justiça estadual no Paraná a investigação sobre o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).

Nesta segunda-feira (11), a cúpula do PT anunciou um pedido ao órgão para a federalização do caso. Na avaliação da PGR, porém, as apurações seguem curso normal naquele estado, sem indícios, até o momento, de omissão por parte das autoridades locais.

Em casos de grave violação de direitos humanos, por exemplo, a Procuradoria pode pedir o deslocamento de inquérito ou de processo da esfera estadual para a federal.

O crime ocorreu no sábado (9), quando o integrante do PT festejava seu aniversário de 50 anos.

O político petista Marcelo Arruda foi assassinado por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR)
O político petista Marcelo Arruda foi assassinado por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR) - Reprodução Twitter Gleisi Hoffmann

Representantes dos partidos da coligação em torno do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutiram o assunto em reunião do conselho político da pré-campanha nesta segunda.

Um dos argumentos levantados pelo PT para federalizar o caso é o de que até hoje não houve conclusão das investigações sobre os tiros que foram disparados contra o ônibus da caravana petista em maio de 2018. E que o assassinato de Marcelo não é um caso isolado.

A legislação prevê que a Procuradoria pode requerer o deslocamento de inquérito ou de processo da esfera estadual para a federal em casos de violação de direitos humanos. Uma outra hipótese é a se verificada a incapacidade das instâncias e autoridades locais em oferecer respostas efetivas para crimes.

Integrantes da cúpula do MPF (Ministério Público Federal) ouvidos pela Folha ponderam que, em relação a Foz do Iguaçu, o autor do crime está identificado e preso —Guaranho foi baleado e segue internado— e as circunstâncias sobre o fato estão em apuração.

Avaliam também, apesar da escalada de violência e de toda a tensão na pré-campanha, que o assassinato de Arruda se trata de uma situação específica.

Lembram que houve pedidos negados para federalizar as investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o da missionária Dorothy Stang.

Além de guarda municipal e tesoureiro do PT, Arruda havia concorrido a vereador e a vice-prefeito pelo partido nas últimas eleições municipais.

Nesta terça-feira (12), às 15h, está prevista uma reunião de representantes de PT, PSB, PC do B, PV, PSOL, Rede e Solidariedade com o procurador-geral da República, Augusto Aras.

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