Tiros que atingiram caravana de Lula vieram do alto

Segundo perícia, o atirador estava a uma distância aproximada de 19 metros

Ana Luiza Albuquerque
CURITIBA

Os dois tiros que atingiram a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último dia 27  foram disparados de uma posição elevada e detrás do ônibus, quando o veículo já havia passado. A conclusão é do laudo pericial da Polícia Civil, divulgado à imprensa na tarde desta quinta-feira (5). Ainda não foram identificados suspeitos.

Segundo o perito Inajá Kurowski, o atirador estava a uma distância aproximada de 19 metros, sendo 3 metros acima do ônibus. Ele podia estar em um barranco ou até mesmo em uma casa, por exemplo. 

De acordo com Kurowski, apenas um dos três veículos da caravana foi atingido, diferentemente de informações divulgadas após o ataque, que mencionavam dois ônibus. Duas balas atingiram a lateral e o vidro do veículo, no lado oposto ao do motorista. 

A perícia também concluiu que a arma utilizada foi de calibre 32. Existe a suspeita de que tenha sido uma garrucha, arma de fogo de cano curto, considerada obsoleta. A munição, inclusive, já saiu de fabricação.

Os peritos não conseguiram determinar se o veículo estava parado no momento do ataque. Também ficou provado que os pneus foram furados por "miguelitos" e que os ônibus foram atacados com pedras e ovos.

De acordo com a polícia, a perfuração do outro ônibus não se tratava de um tiro, mas sim de uma pedrada. Foi feita a raspagem do material, que deu negativo para chumbo. 

A caravana de Lula foi atingida na PR-473, que liga as cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul. O caso segue em investigação pela Polícia Civil de Laranjeiras, sob o comando do delegado Helder Lauria. 

Segundo ele, já foram ouvidas 15 testemunhas, entre passageiros e policiais rodoviários. O delegado afirma que não há prazo para concluir o inquérito. A apuração deve agora voltar ao local do crime, indicado pelos presentes, para colher mais informações.

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