Datafolha: Bolsonaro amplia apoio entre evangélicos

Presidente não manteve ímpeto de crescimento entre mulheres, registrado em julho

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São Paulo

No primeiro dia de campanha eleitoral autorizada, terça (16), os dois líderes da corrida presidencial lançaram seus anzóis num lago disputadíssimo: o dos 25% de eleitores que se dizem evangélicos, segundo a amostra do Datafolha.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a falar que Jair Bolsonaro (PL) estava possuído pelo demônio, enquanto o presidente e a primeira-dama, Michelle, usaram a terminologia usual de cultos evangélicos durante evento em Juiz de Fora (MG).

Michelle e o presidente Bolsonaro durante culto evangélico em Belo Horizonte
Michelle e o presidente Bolsonaro durante culto evangélico em Belo Horizonte - Reprodução - 7.ago.2022/Portal Uai

Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, que ouviu 5.744 eleitores de terça (16) a quinta (18), o ex-presidente tem 47% dos votos, ante 32% do candidato à reeleição. No eleitorado evangélico, contudo, Bolsonaro ampliou sua vantagem, e tem 49% ante 32% de Lula.

Essa distância já foi menor, com um empate técnico nos dois pontos de margem de erro do levantamento de maio.

Agora, com o recrudescimento da retórica milenarista do presidente, o efeito parece ser mais visível. Se tem como chegar aos 70% de votos pró-Bolsonaro no segmento registrados em 2018, é algo a ver.

Os evangélicos não são tão numerosos quanto católicos, que compõem 53% da amostra populacional do Datafolha, mas são mais organizados politicamente.

Longe de formarem um grupo homogêneo, ainda assim é notável a influência de algumas de suas lideranças —não se tem notícia de um cardeal católico que peça votos como pastores e bispos neopentecostais, por exemplo.

Entre os católicos, Lula lidera por 52% a 27% de Bolsonaro na disputa de primeiro turno.

Bolsonaro tem investido no eleitorado feminino, sempre mais refratário ao mandatário. A primeira-dama, Michelle, passou a participar de eventos de campanha e a usar sua retórica evangélica, que chegou a associar o PT ao demônio.

O movimento havia surtido efeito na rodada anterior do Datafolha, no fim de julho, mas havia aí uma sobreposição presumida da melhoria entre mulheres com a subida entre os mais pobres em geral e entre os evangélicos. Lula não ficou atrás, e sua mulher, Rosângela da Silva, a Janja, ganhou agenda própria na campanha.

Nesta pesquisa, contudo, não houve grandes alterações. Lula oscilou para cima, de 46% para 47%, assim como Bolsonaro, de 27% para 29%. O petista segue com vantagem entre os homens (48% dos ouvidos), marcando 48% ante 35% do presidente.

O peso das mulheres, 52% da amostra, não se reflete em simpatia por candidaturas de mulheres. A mais visível delas, a chapa 100% feminina Simone Tebet (MDB)-Mara Gabrilli (PSDB), tem os mesmos 2% de sua pontuação geral entre eleitoras.

Lula promoveu um avanço de sete pontos, de 33% para 40%, entre os mais ricos. Só que essa fatia, dos que ganham mais de 10 salários mínimos, representa só 3% da amostra, com uma margem de erro específica maior, de seis pontos.

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