Descrição de chapéu Eleições 2022

Dobradinhas entre rivais contra Eduardo Leite marcam debate ao Governo do RS

Candidato à reeleição foi principal alvo de críticas dos demais candidatos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Porto Alegre

O debate entre candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul foi marcado por dobradinhas entre candidatos —mesmo de campos ideológicos antagônicos— para criticar a gestão de Eduardo Leite (PSDB), líder nas pesquisas eleitorais mais recentes.

Um bom exemplo ocorreu no terceiro bloco do debate, na noite desta terça (27), quando o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL) e o petista Edegar Pretto (PT) debatiam o tema saúde. Em vez de um debate acalorado sobre a gestão da pandemia, os dois conversaram tranquilamente sobre as filas de espera para exames e outros atendimentos em hospitais do estado.

Debate dos candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul no estúdio da RBS, em Porto Alegre - André Ávila/Agência RBS/Divulgação

Os momentos mais quentes ocorreram quando Onyx teve a oportunidade de perguntar a Leite. Ele abriu o debate comparando a evolução do PIB do Rio Grande do Sul desde 2019, inferior ao do país, e perguntou a Leite se ele considerava um bom gestor. O tucano listou reformas e dívidas do governo do estado quitadas durante o mandato.

"Nós pagamos dívidas do programa Primeira Infância Melhor que estavam atrasadas de 2014 a 2018", declarou.

Onyx respondeu que Leite não sanou as despesas do estado e que só fez investimentos graças a recursos federais. "O senhor pegou dinheiro para se eleger e cravou facas no presidente [Jair Bolsonaro]", disse o ex-ministro.

Após trocarem farpas sobre o uso do Fundeb (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação Básica), o tucano alfinetou Onyx por estar lendo suas falas durante o debate. Mais tarde, ao trocar "caixa único" por "caixa 2", mais uma vez Leite alfinetou Onyx, que admitiu a prática ilegal em campanhas passadas.

"Caixa 2, não. Caixa único. Caixa 2 é um problema de outro candidato aqui", disse Leite.

Onyx também foi repreendido pelo mediador do debate por estar usando o telefone celular, algo contra as regras do programa.

O clima entre os dois voltou a pesar no quarto bloco, quando Leite citou uma agência de checagem para dizer que Onyx mentia sobre o número de empregos perdidos no Rio Grande do Sul em razão da pandemia. Em uma entrevista, o ex-ministro havia dito que o RS havia perdido 500 mil empregos em razão do "fecha tudo" comandado pelo governo do estado. Conforme a checagem citada por Leite, o saldo entre demissões e contratações é de 145 mil vagas a mais.

Pretto (PT) se esforçou para vincular seu nome ao de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o de Leite ao de Bolsonaro (PL). Repetiu quatro vezes que o ex-governador "votou no Bolsonaro e até agora não se arrependeu". Também criticou Leite por ter renunciado ao governo do estado por "vaidade" e por priorizar "seu projeto político pessoal".

O ex-governador do PSDB, que renunciou em março passado para tentar uma candidatura à Presidência da República, também recebeu críticas duras de Vieira da Cunha (PDT) nos temas educação e segurança.

No primeiro tema, Vieira criticou o governo estadual por ter a quarta maior evasão escolar no ensino médio. Na segurança, citou os 26 homicídios ocorridos em Porto Alegre em agosto passado em razão de uma guerra de facções, incluindo um caso de decaptação.

O único ponto de atrito entre Pretto e Onyx se deu quando o tema para debate era minorias. O petista classificou o governo Bolsonaro como de "ódio, rancor e revanchismo", e fez uma pergunta a Onyx sobre feminicídios. Onyx atribuiu as críticas de Pretto a uma "narrativa construída por parte da imprensa" e citou como exemplo de atenção às mulheres o trabalho voluntário da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

"Reunimos 10 mil mulheres em Novo Hamburgo em um evento de apoio a Bolsonaro. A primeira-dama Michelle conduz um programa de voluntariado que não tenho notícia na época do PT", disse Onyx.

Também participaram do debate os candidatos Luis Carlos Heinze (PP), Roberto Argenta (PSC), Ricardo Jobim (Novo) e Vicente Bogo (PSB).

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.