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Equipe da PF com Lula prende homem sob a acusação de ter xingado petista

Episódio ocorreu durante compromisso de campanha do petista em Montes Claros (MG)

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Brasília

A equipe da Polícia Federal que atua na segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu voz de prisão a um homem de 50 anos sob acusação de ter xingado o petista de ladrão, safado e sem vergonha.

O caso ocorreu na quinta-feira (15), na passagem de Lula por Montes Claros, no interior de Minas Gerais, em compromisso da agenda de campanha.

Conduzido a uma delegacia, o homem foi liberado após assinar um termo circunstanciado, pelo qual se comprometeu a comparecer a audiência a ser agendada na Justiça.

Seis policiais militares e três viaturas da corporação foram mobilizados para o atendimento a essa ocorrência.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência - Pedro Ladeira/Folhapress

A equipe que acompanhava o presidenciável alegou que o homem incorreu no crime de injúria (atribuir palavras ou qualidades ofensivas que atinjam a honra e moral de alguém). A pena é de detenção, de um a seis meses, ou pagamento de multa.

De acordo com informações da 2ª Delegacia de Polícia Civil da cidade mineira, Lula e seu comboio percorriam uma das avenidas do bairro Todos os Santos por volta das 17h30. Um homem a bordo de um veículo que passava ao lado do carro que transportava o candidato do PT gritou, segundo os registros do caso, "Lula ladrão, Lula safado, Lula sem vergonha".

O homem foi abordado e ouviu um pedido para que desembarcasse do automóvel. Foi advertido de que sua conduta seria crime de injúria.

Ele, porém, teria se recusado a descer do veículo, reafirmado o que dissera em relação ao ex-presidente e dito que tinha o direito de falar o que quisesse. Foi dada, então, voz de prisão.

Levado para a delegacia, o homem relatou que em momento algum ofendeu o ex-presidente e disse ter estranhado a abordagem.

Afirmou que o policial agiu com abuso de autoridade. Disse ter sido empurrado com violência contra o capô do carro e teve boné e óculos retirados de sua cabeça. Foi liberado após apresentar sua versão dos fatos.

Além do homem, um advogado esteve na delegacia como representante de Lula e também se comprometeu a comparecer à audiência do caso na Justiça.

A preocupação com a segurança de Lula tem sido constante, especialmente após o assassinato de um militante petista por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR), em julho.

Como mostrou a Folha, a equipe da PF que cuida da segurança de Lula enviou ofício a superintendências regionais do órgão com uma lista do que chama de adversidades enfrentadas para a proteção do petista nesta eleição. Em uma escala de risco de 1 a 5, Lula foi enquadrado no nível máximo.

O grupo da PF cita na relação o "acesso a armas de letalidade ampliada decorrente das mudanças legais realizadas em 2019" entre os problemas a serem enfrentados ao longo da campanha eleitoral.

Evento que marcaria a estreia da campanha do petista no mês passado foi cancelado por questões de segurança. O ato ocorreria em uma fábrica da zona sul de São Paulo.

No último dia 8, um novo episódio em Mato Grosso suscitou o debate sobre violência política no atual pleito. Um homem que defendia Lula foi morto por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma discussão em Confresa (a 1.160 km de Cuiabá).

Sob o argumento de aumento do risco de violência política na campanha, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin determinou, às vésperas do 7 de Setembro, restrições sobre o número de armas e munições que podem ser obtidas por CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).

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