O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato a um terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto, disse à revista inglesa The Economist que o PT se cansou de pedir perdão pelas acusações de que o partido se envolveu em escândalos de corrupção.
"O PT está cansado de pedir desculpas", afirmou o petista.
A declaração foi dada pelo ex-presidente em uma reportagem em que a revista fez um balanço sobre as propostas de Lula para a economia caso ele seja eleito em outubro.
O ex-presidente também enumerou as conquistas de seu governo, como o crescimento médio anual de 4,5%, redução da dívida pública, além dos milhões de brasileiros que deixaram a linha da pobreza.
"Os empresários sabem [o que esperar de] um governo petista", afirmou à revista.
Nesta segunda-feira (19), Lula se reuniu com oito ex-presidenciáveis em um encontro em São Paulo.
Também esteve no encontro o economista Henrique Meirelles (União Brasil). Ex-presidente do Banco Central no governo petista, Meirelles disse que sempre baseou suas decisões em fatos, e afirmou olhar "para resultados".
Lula também afirmou à Economist que vai "colocar os pobres de volta no orçamento", repetindo uma fala frequente em seus últimos discursos.
Publicação contraria Lula e afirma que PT não pediu desculpas
Em um trecho do texto, o veículo diz que, apesar da afirmação de Lula, "o partido, na verdade, nunca pediu desculpas".
"Muitos brasileiros comuns estão frustrados com a recusa de Lula em aceitar a responsabilidade pelas políticas que levaram à recessão, ou em se desculpar pelo papel do PT no escândalo de corrupção conhecido como Lava Jato", diz a Economist.
Revista critica Dilma
Ainda segundo a publicação, "Lula gosta de lembrar que os brasileiros eram 'felizes' quando ele estava no comando". "Mas ele não reconhece que os problemas atuais do Brasil começaram com sua protegida e sucessora, Dilma Rousseff, também do PT", acrescenta a publicação.
Lula lidera intenções de votos para presidente
A duas semanas da eleição, Lula lidera as pesquisas de intenções de voto, com maior ou menor vantagem em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição. O intervalo entre os dois varia de acordo com o instituto que fez a sondagem.
Na pesquisa Ipec divulgada na segunda (19), contratada pela TV Globo, Lula registrou 47% das intenções de voto, com possibilidade de vitória no 1º turno. Bolsonaro ficou em segundo, com 31%. Enquanto o ex-presidente oscilou um ponto para cima, o atual chefe do Executivo ficou estável.
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