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Tarcísio de vez em quando comete uns deslizes, diz Bolsonaro em live

Sem citar Collor, presidente disse que candidato ao governo de SP não deve ser julgado por apoio a outros nomes

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (21) que o candidato que apoia para o Governo de São Paulo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), comete "alguns deslizes" por ser um novato na política.

Sem citar o nome do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL), Bolsonaro afirmou que Tarcísio não deve ser julgado por apoiar um candidato que os eleitores acham que não merece ser endossado.

Na semana passada, um vídeo de apoio gravado por Tarcísio para Collor, que disputa o Governo de Alagoas, tornou-se munição para os seus adversários ao ser veiculado nas redes sociais.

Jair Bolsonaro participa de comício em Sorocaba, ao lado do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas. Os dois estão em um carro de som. Bolsonaro veste uma jaqueta preta e segura um microfone. Tarcísio, por sua vez, veste camiseta com as cores do Brasil.
Jair Bolsonaro afirmou que Tarcísio ainda é novato na política e por isso não pode ser julgado por falas e apoio a outros candidatos - Zanone Fraissat/Folhapress

Além disso, em outro episódio, o ex-ministro da Infraestrutura passou a ser criticado por bolsonaristas por ter manifestado apoio à jornalista Vera Magalhães —desafeto do presidente— após ela ter sido atacada durante debate de candidatos ao governo estadual paulista.

No vídeo de apoio ao alagoano, vestido de verde e amarelo, Tarcísio dá os parabéns a Collor, a quem elogia como "um dos maiores políticos que já tivemos".

Como vem fazendo em suas transmissões nas redes sociais, Bolsonaro passou estado por estado indicando os candidatos que apoia e pedindo voto. Ao chegar em São Paulo, citou Tarcísio e então afirmou que alguns deslizes são resultado de sua falta de experiência.

"São Paulo: 10, nosso capitão, o rei do asfalto. Entrou na política porque eu o convenci, não queria entrar na política. Tomou gosto. De vez em quando comete uns deslizes, porque ele é novato na política ainda. Não deve ser julgado por uma palavra, o apoio de uma pessoa que você acha que não deve ser apoiado", afirmou o presidente da República.

O vídeo de apoio de Tarcísio a Collor tem sido compartilhado com frequência nas redes sociais, em um momento que o candidato de Bolsonaro enfrenta dificuldades para chegar ao segundo turno.

Pesquisa Datafolha mostrou que Rodrigo Garcia (PSDB) passou de 15% para 19%. Tarcísio variou dentro da margem de erro, de 21% para 22%. Já o petista Fernando Haddad oscilou de 35% para 36%.

"Olá, povo de Alagoas. [...] Queria mandar um abraço especial para o nosso Fernando Collor, candidato a governador e para o Leonardo Dias [PL], seu candidato a vice. [...] Tenho certeza que essa dupla vai estar unida com o presidente Bolsonaro, vai fazer a diferença pelo Estado de Alagoas", diz Tarcísio no vídeo.

"Fernando Collor é um dos maiores políticos que nós já tivemos. [...] Deixou um grande legado, que foi a abertura econômica. Graças a ele começamos a andar a passos largos na direção da modernização, trazendo empresas de fora, conseguimos superar o atraso tecnológico e nós demos um salto em termos de crescimento", continua o ex-ministro, que termina dizendo torcer por ele e "que Deus o Abençoe".

Empatado tecnicamente com Tarcísio em segundo lugar, Garcia foi um dos que criticou o apoio do rival a Collor.

"Não queremos o Collor, que confiscou o dinheiro dos brasileiros, dando palpite aqui em SP. Minha referência na gestão pública é o Mario Covas [PSDB], e SP precisa de um governador independente", publicou.

A campanha de Tarcísio já vinha sendo criticada após o ataque do seu correligionário, o deputado estadual Douglas Garcia, à jornalista Vera Magalhães. Tarcísio depois condenou a ação do deputado estadual paulista e manifestou apoio e solidariedade à jornalista. Por isso, passou a ser criticado nas redes sociais por apoiadores do presidente da República.

Em outro momento da transmissão, Bolsonaro comentava seus candidatos no Rio de Janeiro e evitou declarar apoio para o senador Romário (PL-RJ), de seu partido, que busca a reeleição.

"A disputa pelo Senado está mais ou menos aparelhada lá. Mas a gente espera que o PSOL não vença, o que seria uma tragédia. Então, mais tarde um pouquinho, a gente decide por um nome ao Senado pelo Rio de Janeiro", afirmou o presidente.

O bolsonarista Daniel Silveira (PTB) teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas deve recorrer da decisão.

No Rio Grande do Sul, Bolsonaro declarou apoio para o seu vice Hamilton Mourão (Republicanos) e pediu um "voto útil" nele, para evitar que adversários vençam o pleito.

"Tem gente que tem simpatia por outro candidato. Peço que vote em alguém afinado conosco. E tem gente ai que a gente sabe que não tem chance, às vezes atrapalha, tira voto de quem pode chegar", afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro também disse que deve realizar uma grande motociata em Brasília, no dia 1º de outubro, vésperas das eleições. Ele afirma que o objetivo seria dar uma "cor" e assim repercutir em outras regiões.

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