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Tarcísio diz que hostilidade a jornalista por aliado bolsonarista é incompatível com a democracia

Após debate, deputado estadual Douglas Garcia repetiu a Vera Magalhães insultos feitos pelo presidente no mês passado

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São Paulo

O candidato e ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticou as agressões verbais proferidas pelo correligionário e deputado estadual Douglas Garcia contra a jornalista Vera Magalhães. Tanto Tarcísio como Douglas têm o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Após o debate com candidatos ao Governo de São Paulo, na noite desta terça (13), Douglas se sentou ao lado de Vera e, gravando com seu celular, perguntou se ela recebeu dinheiro para falar mal do governo Bolsonaro.

Douglas, que é candidato à Câmara dos Deputados, repetiu ataque feito pelo presidente durante debate entre candidatos ao Planalto no mês passado e disse que ela é "uma vergonha para o jornalismo".

No momento das hostilidades, Leão Serva, apresentador do debate realizado pela TV Cultura, Folha e UOL, intercedeu a favor de Vera. O jornalista pegou o celular do deputado e o arremessou longe.

Douglas, aos berros, questionou: "Por que você fez isso?". O deputado se retirou gritando "jornazistas".

"Lamento profundamente e repudio veementemente a agressão sofrida pela jornalista Vera Magalhães enquanto exercia sua função de jornalista durante o debate de hoje. Essa é uma atitude incompatível com a democracia e não condiz com o que defendemos em relação ao trabalho da imprensa", afirmou Tarcísio.

À coluna Mônica Bergamo, o candidato a governador afirmou que telefonou para a jornalista e se desculpou pelas agressões.

"Eu telefonei e pedi desculpas por esse cara [Douglas Garcia] estar lá com uma credencial cedida pela minha campanha. Eu mal conheço, nem tenho contato com esse idiota", afirmou Tarcísio.

Questionado após o debate se manteria o nome do deputado em sua comitiva de convidados nos próximos eventos, o candidato disse que iria analisar a situação.

O deputado estadual Douglas Garcia discute com a jornalista Vera Magalhães no auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, após debate com candidatos ao Governo de São Paulo
O deputado estadual Douglas Garcia discute com a jornalista Vera Magalhães no auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, após debate com candidatos ao Governo de São Paulo - Ronny Santos - 13.set.22/Folhapress

Vera ficou abalada, foi escoltada por seguranças até a saída e disse que registrará boletim de ocorrência. "Terei de sair escoltada do Memorial da América Latina por seguranças porque fui agredida pelo deputado Douglas Garcia", escreveu em rede social.

"Eu estava sentada na primeira fileira vendo meu celular. Vou registrar um boletim de ocorrência de ameaça contra o deputado Douglas Garcia", acrescentou. "Há centenas de testemunhas. Usou o convite do estafe de Tarcísio de Freitas no debate apenas para vir mentir, me acossar e ameaçar."

O governador Rodrigo Garcia (PSDB) manifestou em rede social "total repúdio ao ataque covarde que a jornalista sofreu" e disse que ele partiu "de um sujeito que não representa os valores democráticos nem o povo de São Paulo".

O candidato Fernando Haddad (PT) também repudiou a atitude de Douglas, que chamou de ataque covarde. Para o petista, foi uma "clara tentativa de ataque à liberdade de imprensa, método bolsonarista de intimidação contra a democracia".

A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede), candidata a deputada federal, afirmou que a escalada das agressões contra Vera é inadmissível.

"É assustador assistir a essas atitudes machistas e odiosas iniciadas por Bolsonaro. Seu bando precisa ser interditado e responsabilizado por seus atos violentos e antidemocráticos. Basta."

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