Descrição de chapéu Eleições 2022

Lula volta a indicar que não tentará reeleição se for eleito: 'não é possível com 81 anos'

Petista repete que terá só 4 anos de mandato e diz que bolsonarismo vai continuar existindo

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São Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, mesmo em uma eventual derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições, o bolsonarismo continuará existindo no Brasil. A declaração foi dada para intelectuais que não são do campo do PT, fundadores do PSDB e para ministros do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em reunião nesta terça-feira (27).

Ainda em um aceno ao centro e em busca de governabilidade, Lula também indicou aos presentes, como já havia feito anteriormente, que não tentará a reeleição caso saia vitorioso da corrida eleitoral.

"Uma coisa que eu tenho dito e que politicamente não é prudente dizer, mas todo mundo sabe que eu tenho quatro anos para fazer isso. Todo mundo sabe que eu tenho quatro anos. Todo mundo sabe que não é possível um cidadão com 81 anos querer a reeleição. Todo mundo sabe. Se ninguém quer saber, a natureza é implacável, ela diz", afirmou o petista, que tem atualmente 76 anos.

Em julho, Lula já havia indicado que não disputará a reeleição em 2026 caso seja eleito neste ano. "Só tenho quatro anos, só tenho quatro anos", disse na ocasião, falando ainda em deixar o cargo depois disso para uma outra pessoa.

O ex-presidente Lula (PT) durante encontro com intelectuais nesta terça (27)
O ex-presidente Lula (PT) durante encontro com intelectuais nesta terça (27) - Jardiel Carvalho/Folhapress

Nesta terça, falando em pacto democrático, Lula lembrou a força do malufismo em São Paulo em 1998. O ex-presidente relatou que, quatro anos antes, o PT recusou convite para participar do governo de Mário Covas (PSDB) e afirmou que, na sua visão, isso foi um erro.

"Quando a gente pensava que o malufismo tinha acabado, o malufismo não acabou, porque o Maluf era muito forte. E isso vai servir de lição para nós. Nós vamos ganhar do Bolsonaro, mas o bolsonarismo vai continuar existindo", afirmou Lula.

"E nós precisamos derrotá-los. Derrotá-los no debate político, na discussão sadia para que a sociedade não consiga entender que o país possa ter gente do naipe deles governando esse país ou fazendo política", continuou o petista.

Em seu discurso nesta terça, Lula lembrou da sua relação com o PSDB, dizendo que o partido nunca foi um "inimigo". "Nunca encarei o PSDB como inimigo. Sempre foi um adversário conjuntural em época de eleição. É importante que a gente não pense igual, que a gente tenha diferença."

"A nossa relação com o PSDB sempre teve altos e baixos. Quando as pessoas falam da polarização que está acontecendo hoje, digo que feliz era o Brasil quando a polarização era entre PT e PSDB", seguiu Lula.

No encontro, participaram cinco ministros do governo FHC para formalizar o apoio ao petista já no primeiro turno da corrida eleitoral.

São eles: Claudia Costin, Luiz Carlos Bresser Pereira, José Carlos Dias, Paulo Sérgio Pinheiro e Aloysio Nunes Ferreira.

No início da reunião, o ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou que também declararam apoio a Lula os ex-ministros de FHC José Gregori e Nelson Jobim —mas que eles não puderam comparecer.

Mercadante disse ainda que o ex-ministro Delfim Netto também demonstrou apoio ao petista.

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