Datafolha: 16% dos evangélicos dizem que pastores orientam voto em Bolsonaro

Segmento religioso, que é base do presidente, equivale a 26% do total do eleitorado

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São Paulo

Pesquisa do Datafolha aponta que 16% dos eleitores evangélicos dizem ter recebido orientações de pastores para votar no segundo turno no candidato do PL à Presidência, Jair Bolsonaro.

O segmento, uma das principais bases do presidente, representa pouco mais de um quarto do eleitorado brasileiro (26% da amostra).

Segundo a pesquisa, disseram que não receberam orientações 79% dos evangélicos, e outros 3% não souberam responder. Recusaram-se a dar resposta 2% dos eleitores dessa corrente religiosa.

No caso dos evangélicos, as menções à orientação de pastores para voto no ex-presidente Lula não alcançaram nem sequer 1%.

A pesquisa foi feita de terça-feira (25) até quinta (27). A margem de erro, quando considerado apenas esse segmento do eleitorado, é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados católicos se receberam, por parte de padres, orientações de voto para presidente.

Desse grupo, responderam positivamente 3% dos entrevistados. Disseram que a orientação foi para o voto em Bolsonaro 2% dos católicos, e 1% disse que houve influência para voto em Lula (PT).

Os católicos representam mais da metade dos eleitores do total da amostra (54%).

O presidente Jair Bolsonaro participa de culto com a Frente Parlamentar Evangélica, em Brasília - Pedro Ladeira - 3.ago.22/Folhapress

Bolsonaro intensificou no segundo turno o foco no eleitorado evangélico, no qual tem liderado a disputa presidencial. Seus discursos falam que o país vive uma disputa do "bem contra o mal" e atribuem ao adversário a defesa de pautas como a do aborto.

O uso de templos na campanha tem sido questionado na Justiça Eleitoral. A primeira-dama, Michelle, fez um giro pelo país nas últimas semanas com uma série de eventos voltados a esse segmento do eleitorado.

Essa mesma pesquisa Datafolha divulgada na quinta (27) indica que Lula perdeu vantagem entre católicos, ao mesmo tempo em que Bolsonaro reduziu sua distância entre evangélicos a três dias das eleições.

Na última semana, o petista variou de 58% para 55% no primeiro grupo, que concentra cerca de metade da população, ao passo que o presidente oscilou de 37% para 39%. A diferença entre eles, portanto, caiu de 21 para 16 pontos percentuais, fora da margem de erro de dois pontos.

Já no segundo segmento, que representa pouco mais de um quarto dos brasileiros, Bolsonaro viu sua diferença para Lula diminuir de 38 para 30 pontos percentuais, variação também fora da margem de três pontos.

O que provocou o movimento foram as oscilações do presidente, de 66% para 62%, e do petista, de 28% para 32%. Os que pretendem votar em branco ou anular são 4% nos dois grupos, e os indecisos, 2%.

O presidente esteve atrás de Lula ao longo das pesquisas do segundo turno. No mais recente Datafolha, divulgado desta quinta, o placar dos votos totais estava em 49% a 44% para o petista.

A amostra total do Datafolha, incluindo entrevistados de todas as religiões ou sem religião, teve 4.580 entrevistas. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, foi registrada na Justiça Eleitoral sob protocolo BR-04208/2022.

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