A nova pesquisa Datafolha mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) atingiu o maior patamar de confiança plena em suas declarações registrado ao longo do mandato. Uma parcela de 28% responde acreditar sempre no que diz o mandatário, que tenta a reeleição no segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na semana passada, a taxa era de 21%.
Segundo o levantamento, 46% dos eleitores nunca confiam nas declarações do presidente, um recuo na comparação com a rodada anterior, finalizada no último dia 29, quando o índice estava em 51%.
Ainda de acordo com o instituto, 25% dizem acreditar às vezes nas falas de Bolsonaro (eram 26%). Um total de 1% não sabe (o percentual também que era de 1% na pesquisa anterior).
O auge da desconfiança sobre as declarações do presidente ocorreu no fim de 2021, quando atingiu 60% dos entrevistados. No caso da confiança plena, o recorde anterior era de agosto de 2020, quando 22% responderam acreditar totalmente nas declarações do chefe do Executivo.
O período de Bolsonaro à frente da Presidência é marcado por falas mentirosas, distorcidas e contraditórias, o que contribuiu ao longo do tempo para minar sua credibilidade entre detratores, mas também para galvanizar sua base mais radical, que o sustentou na votação de primeiro turno.
Os níveis de crença e ceticismo nas palavras que saem da boca de Bolsonaro, naturalmente, variam conforme a intenção de voto neste segundo turno.
Entre os que pretendem apertar nas urnas o número 22, a parcela que sempre confia nele é de 62%. Outros 35% acreditam às vezes e apenas 2% jamais confiam.
Quando a pergunta é feita aos que desejam marcar o 13, a resposta de 84% é que eles nunca confiam nas afirmações do atual mandatário. Uma confiança esporádica é relatada por 13%, e apenas 1% acreditam sempre no que o presidente fala.
A melhora nos índices de confiança nas afirmações de Bolsonaro acompanha a evolução na popularidade de seu governo.
A nova rodada da pesquisa traz a informação de que a aprovação da gestão federal, considerando as pessoas que consideram o resultado ótimo ou bom, subiu de 31% na rodada anterior para 37% agora. A reprovação, ou seja, a opinião de que o governo é ruim ou péssimo, recuou de 44% para 40%. A avaliação regular foi de 24% para 22% entre um levantamento e outro.
Entre os que enxergam o governo como ótimo ou bom, 68% confiam sempre no que Bolsonaro diz, 29% às vezes e 2% nunca. Na fatia dos que acham a gestão federal ruim ou péssima, nenhum (0%) eleitor vê as afirmações do presidente como plenamente confiáveis, 6% só acham isso às vezes e 94% jamais confiam.
Realizado entre quarta-feira (5) e esta sexta (7), o levantamento tem margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O instituto ouviu 2.884 eleitores em 179 municípios. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-02012/2022.
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