Descrição de chapéu Eleições 2022 aborto

Lula grava vídeo, diz ser contra aborto e leva pauta de costumes à TV

Campanha petista entrará em temas caros aos evangélicos

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São Paulo

Após evitar entrar de maneira mais contundente em pautas de costumes na propaganda eleitoral no rádio e na televisão no primeiro turno, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve rever a estratégia no segundo turno.

Religião e aborto serão abordados em falas do petista para tentar conquistar votos de evangélicos.

O ex-presidente gravou um vídeo em que se diz "a favor da vida" e contra o aborto. "Não só eu sou contra o aborto, como todas as mulheres que eu casei são contra o aborto", afirma o petista.

Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com governadores e senadores em São Paulo
Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro com governadores e senadores em São Paulo - Miguel Schincariol / AFP

A campanha de Lula fez anúncios pontuais para que o vídeo seja exibido no YouTube. A fala deverá aparecer na propaganda eleitoral do candidato no rádio e na televisão, que começa nesta sexta-feira (7).

Durante sabatina à Folha e ao UOL, em 29 de setembro, o vice na chapa petista, Geraldo Alckmin (PSB), disse ser contra a ampliação do direito ao aborto além do que já está previsto na legislação atual. Ele afirmou que Lula tinha a mesma visão.

O aborto é permitido no Brasil apenas em três hipóteses, segundo a legislação: quando a gravidez é resultante de um estupro, quando há risco de morte para a mulher causado pela gravidez ou se o feto for anencéfalo (má formação no cérebro).

No início do ano, uma declaração de Lula durante debate da Fundação Perseu Abramo, do PT, foi usada por adversários para dizer que ele era favorável ao aborto. O petista afirmou que o procedimento é um problema de saúde pública.

"Mulheres pobres morrem tentando abortar, enquanto madames vão para Paris", afirmou. Depois, o ex-presidente se explicou e disse que não era a favor do procedimento.

"Sou contra o aborto, tenho 5 filhos, 8 netos e uma bisneta. O que disse é que é preciso transformar essa questão do aborto em questão de saúde pública, ou seja, que as pessoas pobres que forem vítimas de um aborto tenham condições de se tratar na rede pública de saúde", disse.

O tema já foi abordado por Jair Bolsonaro (PL), que hoje se diz contra qualquer mudança na legislação atual.

Em 2000, porém, o atual presidente defendeu o direito ao aborto. "Tem que ser uma decisão do casal", afirmou ele em entrevista à revista IstoÉ Gente. Na época, ele foi questionado se tinha passado por alguma situação que exigisse essa definição.

"Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi de manter. Está ali, ó", respondeu o presidente, apontando para uma foto de Jair Renan, filho que ele teve com Ana Cristina Valle. Na época, o filho 04 do presidente era um bebê.

Religião e temas de costumes tiveram, intencionalmente, espaço reduzido na campanha petista no primeiro turno. Na TV, o ex-presidente citou Deus e reforçou sua religiosidade.

Os assuntos, no entanto, tiveram papel coadjuvante na comparação com economia, desemprego, fome e pandemia no tempo usado pelo petista.

A gestão do governo Bolsonaro na saúde e o aumento da fome no país foram os assuntos em que Lula mais atacou o atual presidente no primeiro turno. O tema seguirá na propaganda petista, que também vai tentar mostrar contradições no discurso do presidente como homem religioso.

"Não se deixe levar pelos falsos profetas, aqueles que fala em Deus, mas você olha nos olhos deles e você nota que ele está utilizando o nome dele em vão", afirma o petista em vídeo.

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