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Ministra do TSE suspende direitos de resposta de Bolsonaro após ter suspendido os de Lula

Maria Claudia Bucchianeri colocará o tema para análise de todos os integrantes da corte

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Brasília

A ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Maria Claudia Bucchianeri suspendeu nesta sexta-feira (21) decisões que concederam direito de resposta ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em inserções televisivas e no bloco do horário eleitoral da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), até que haja uma análise dos casos por todos os ministros da corte.

Na quinta-feira (20), a ministra já havia suspendido 164 inserções de Lula no horário de Bolsonaro na televisão. Essa decisão será avaliada por todo o tribunal, em sessão do plenário virtual deste sábado (22).

Bucchianeri também determinou a suspensão de um direito de resposta de Lula em 42 inserções de rádio da campanha à reeleição de Bolsonaro, também à espera de uma análise do plenário do TSE.

O presidente Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) - Gabriela Biló - 19.out.2022/Folhapress

Os recursos contra as decisões foram apresentados pelas campanhas dos candidatos.

Um dos pedidos da campanha de Bolsonaro por direito de resposta afirma que a propaganda do petista veiculou por conteúdo "fortemente descontextualizado" e que ofendia moralmente Bolsonaro.

Na propaganda, um locutor dizia que o presidente acusava Lula de aborto, mas que ele próprio foi quem "afirmou que poderia abortar o próprio filho". Também afirmava que Bolsonaro está "ajudando a armar a milícia e o tráfico" e citava o caso da compra de imóveis com dinheiro vivo da família do presidente.

Em outro pedido, a campanha de Bolsonaro questiona conteúdo exibido por Lula em bloco de TV que, para a defesa, imputa ao presidente a pecha de "ser pessoa má, preconceituosa e raivosa".

Nesse bloco, a propaganda do PT dizia que Bolsonaro é um mau exemplo para os brasileiros e falava que sua família tem proximidade com milicianos e assassinos de aluguel, além de ter ligação com a indústria de armas.

Já o pedido da campanha de Lula contra as inserções de Bolsonaro no rádio questionava propaganda que afirmava que o ex-presidente teve mais votos "nas cadeias e presídios do Brasil".

A propaganda também afirmava que "o crime organizado já escolheu seu candidato", associando o voto de criminosos ao petista.

A campanha de Lula afirma que, além de tentar associar o ex-presidente à criminalidade, a propaganda de Bolsonaro tentou "conduzir ao eleitorado informação que não corresponde com a realidade a respeito de dados e apurações de votos em presídios".

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, tenta costurar um acordo entre as campanhas de Lula e de Bolsonaro para cessarem os ataques mútuos.

Ele chamou os advogados tanto do petista como do atual presidente para uma reunião na quinta e propôs que ambos cessassem os ataques nas propagandas, mas Lula afirmou que a sua campanha não deve aceitar acordo.

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