SP terá passe livre eleitoral pela 1ª vez neste domingo; gratuidade será das 6h às 20h

Medida valerá para linhas de trens, metrôs e ônibus; gratuidade nas linhas intermunicipais suburbanas e rodoviárias valerá da 0h até as 23h59, diz Artesp

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O Governo de São Paulo e a prefeitura paulistana anunciaram que disponibilizarão transporte público coletivo gratuito de forma inédita para a população no dia do segundo turno das eleições, neste domingo (30).

O passe livre valerá das 6h às 20h para linhas de trens, metrôs e ônibus municipais e intermunicipais metropolitanos.

O horário vale para as linhas gerenciadas pela EMTU nas regiões de São Paulo, Campinas, Sorocaba, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Litoral Norte, e para o VLT da Baixada Santista.

Já as linhas intermunicipais suburbanas e rodoviárias terão gratuidade da 0h até as 23h59, em todo o estado, segundo a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo).

A liberação do pagamento é válida para os ônibus tipo convencional. Para tanto, é necessário que o passageiro apresente apenas um documento de identidade no guichê da empresa e solicite a emissão do bilhete para o local de votação.

O primeiro a anunciar a gratuidade foi o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Na segunda-feira (24), ele anunciou a catraca livre dos ônibus e micro-ônibus da capital paulista nesse horário no domingo.

O prefeito afirmou ainda que colocará 2.000 ônibus extras para circularem no domingo, assim como foi feito no primeiro turno do pleito deste ano.

imagem em close mostra teclado de urna eletrônica que será usada nesta eleição
Urna eletrônica que será usada nesta eleição - Rubens Cavallari - 22.ago.22/Folhapress

Segundo a SPTrans, é a primeira vez, ao menos desde 2003, quando foi implantado o sistema de Bilhete Único, que a gratuidade é concedida.

De acordo com Ricardo Nunes, o custo da operação será de R$ 7 milhões. Ele ainda afirmou que a decisão pelo passe livre se deu após consulta da administração municipal à Procuradoria-Geral do Município e às secretarias da Fazenda e do Transporte.

A medida foi adotada depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou administrações municipais e concessionárias a fornecerem o transporte gratuitamente nas eleições, sem que os gestores ficassem sujeitos a acusações de crime eleitoral ou improbidade.

Já nesta quinta-feira (27), o Governo do Estado de São Paulo anunciou que disponibilizará o passe livre para as passagens de metrô, CPTM, EMTU e ônibus intermunicipais.

Em nota, o governo informou que a decisão foi tomada após análise dos impactos financeiros da medida para o estado. "A gratuidade no transporte público estadual custará R$ 11,5 milhões", disse a nota.

"Domingo é o dia da democracia, por isso é justo que todos tenham acesso ao transporte público e possam votar com igualdade de condições. Portanto, catraca livre", afirmou o governador Rodrigo Garcia.

OUTROS CASOS

O passe livre do transporte público já foi liberado em outros momentos históricos da capital paulista.

Durante as manifestações das Diretas Já, em 1984, a gestão do governador Franco Montoro (1983-1987) liberou as catracas dos trens, metrôs e ônibus para a população participar dos comícios pelas eleições diretas.

À época, o então secretário de transportes Adriano Murgel Branco (1931-2018) chegou a escrever um artigo para a Folha —publicado em 30 de dezembro de 1985— criticando a decisão da Justiça, que havia condenado a gestão pública por ter liberado o passe livre.

"Dias atrás o juiz de Direito da 7ª Vara da Fazenda Estadual condenou o governador do Estado, o Prefeito da Capital, Secretários estaduais e um municipal, bem como dirigentes de empresas estatais e ressarcir o Estado dos prejuízos sofridos por haverem essas autoridades liberado transporte público gratuito nos dias em que se realizaram os dois grandes comícios pelas eleições diretas", escreveu o secretário no artigo.

Em um depoimento publicado no livro "O Legado de Franco Montoro" (Imprensa Oficial), Adriano Murgel afirmou: "Poder para abrir a catraca e deixar o passageiro andar de graça eu não tinha, mas tinha poder para abrir a catraca quando houvesse acúmulo de gente, e foi com base nisso que abrimos as catracas."

Em 2015, o metrô de São Paulo também liberou a catraca durante um ato político contra a ex-presidente Dilma Rousseff, que aconteceu na avenida Paulista. À época, o metrô informou que a passagem foi liberada para evitar tumultos e confusão na estação, que estava lotada.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.