Descrição de chapéu Folhajus

Barroso é xingado por bolsonaristas e deixa restaurante escoltado; ministro pede respeito às urnas

Grupo proferiu insultos e cercou restaurante e casa onde ele se hospedava em SC

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Curitiba e São Paulo

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso precisou de escolta policial para sair do restaurante onde jantava com amigos, em Porto Belo, litoral de Santa Catarina, na noite desta quinta-feira (3), após ser hostilizado por grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Barroso também precisou de proteção para sair da residência onde se hospedava, na mesma praia.

O ministro foi vaiado, chamado de comunista e xingado de "lixo", "vagabundo" e "ladrão". Os manifestantes gritaram ainda frases como "supremo é o povo" e "eleição não se ganha, se toma".

Nos arredores da casa em que estava hospedado, os manifestantes entoaram palavras de ordem contra o STF, cantaram o hino nacional e afirmaram que o ministro não era bem-vindo na vizinhança.

Barroso, um homem branco e com cabelos grisalhos, sentado em uma poltrona. Ele gesticula enquanto fala segurano o microfone com a mão direita
O ministro Luis Roberto Barroso durante congresso da Abraji, em São Paulo - Miguel Schincariol - 05.ago.22/AFP

A confusão, que começou no restaurante, continuou em frente à casa onde Barroso se hospedava, logo cercada por bolsonaristas, informados da presença dele por meio de grupos de WhatsApp.

Segundo a PM, a manifestação contra o ministro foi realizada de forma "pacífica e ordeira" e "a autoridade deixou o local sem nenhum tipo de conflito mais grave".

De acordo com o gabinete do ministro, ele estava em compromisso pessoal na cidade e jantava com amigos no restaurante quando pessoas que participavam de bloqueios de estradas e que foram dispersadas iniciaram um protesto do lado de fora.

"O ministro preferiu retirar-se para não causar transtornos aos demais clientes do local", diz a nota.

"Ao retornar para a casa onde estava hospedado, a equipe de segurança detectou que um grupo identificara o lugar onde ficaria o ministro e começou a convocar outras pessoas para o local, fazendo ruído perturbador para toda a vizinhança e paralisando a circulação nas ruas adjacentes."

Como a manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta, a segurança do ministro diz que avaliou usar a força policial para dispersar a aglomeração. "Diante disso, o ministro, em respeito à vizinhança e para evitar confronto entre polícia e manifestantes, retirou-se do local."

De acordo com o gabinete, Barroso nem sequer chegou a ver os manifestantes e não houve proximidade física ou agressão. "Tampouco houve qualquer registro de dano patrimonial nos locais, que seja de conhecimento do ministro."

Ao UOL o ministro emitiu a seguinte nota: "A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredirmos".

Na noite desta sexta (4), a primeira após as eleições, Barroso publicou algumas "dicas da semana" em seu perfil do Twitter.

No item "um pensamento" escreveu: "Não importa quão duro tenha sido o passado, é sempre possível começar de novo. Buda".

E indicou uma música. "Começar de Novo, Ivan Lins e Simone", escreveu o ministro, que também compartilhou um vídeo da canção.

Em 28 de outubro, as dicas de Barroso incluíam a música "Já Vai Tarde", do grupo Mania de Ser, e, no pensamento, escreveu: "De nada adianta quebrar o espelho por não gostar da imagem".



Com UOL

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.