O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou nesta quarta-feira (2) um vídeo de manifestação golpista contra o resultado das eleições acompanhado de uma frase em que seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), diz que foi vítima de "injustiça" no pleito deste ano.
"Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça [sobre] como se deu o processo eleitoral", escreveu o parlamentar com referência ao mandatário.
O vídeo é da manifestação em frente ao Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.
O senador Flávio Bolsonaro (PL) também publicou vídeo das manifestações em suas redes sociais e escreveu: "Aplausos de pé a todos os brasileiros que estão nas ruas protestando, espontaneamente, contra a falência moral do nosso país! Confiem no Capitão!".
Já a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), uma das parlamentares mais próximas ao presidente, postou que "o povo está nas ruas se manifestando e a mídia os chama de bolsonaristas e golpistas".
"Nunca vi tratarem terroristas do MST de lulistas ou de golpistas. Querem jogar no colo do presidente a responsabilidade que não lhe pertence. E ainda ignoram que todo poder emana do povo", declarou.
Atos golpistas em frente a quartéis ou repartições militares ocorreram em nesta quarta em várias cidades pelo país e questionaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial do último domingo (30).
O chefe do Executivo não se manifestou nesta quarta sobre as manifestações que pedem "intervenção federal" para evitar Lula tome posse para comandar o Executivo federal.
Na terça-feira (1º), no primeiro pronunciamento após a derrota, Bolsonaro convocou a imprensa para ler um texto em que criticou o "método" usado por bolsonaristas que bloquearam vias pelo país.
Apesar disso, afirmou que as manifestações ocorrem por causa do "sentimento de injustiça" com as eleições, sem citar diretamente o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Nos bastidores, o presidente tem criticado a condução da corte eleitoral nas eleições, mas evitou fazer ataques públicos ao tribunal, como vinha fazendo em seu mandato.
Nas manifestações em todo o país, aparecem gritos golpistas e pedidos de intervenção das Forças Armadas. Também há, porém, um movimento para tentar disfarçar o golpismo.
Nesse sentido, prevalece a expressão "intervenção federal" em vez de "intervenção militar".
Em Brasília, a Folha presenciou em diversas ocasiões pedidos de participantes para que as pessoas não mencionassem o nome de Bolsonaro, evitassem as palavras "intervenção militar" ou palavras de ordem que usassem esses termos ou questionamentos às eleições.
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