Descrição de chapéu transição de governo

Planalto nomeia Alckmin e oficializa início da transição para o governo Lula

Vice-presidente eleito deve enviar ainda 50 nomes do presidente petista para a Casa Civil de Bolsonaro

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Brasília

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, nomeou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para coordenar a equipe de transição de governo. A nomeação saiu no Diário Oficial da União desta sexta-feira (4) e oficializa o processo de troca entre as gestões de Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Alckmin vai desempenhar o cargo especial de transição governamental.

Na quinta-feira (3), o vice-presidente eleito teve as primeiras reuniões em Brasília com o atual governo. Nesta sexta (4), a equipe de Lula fez a primeira visita ao CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), que será a sede da transição a partir da próxima semana.

Vice-presidente eleito Geraldo Alckmin em coletivo de imprensa no Palácio do Planalto - Gabriela Biló /Folhapress

A futura gestão de Lula, conforme a lei, poderá indicar mais 50 nomes até 31 de dezembro. Integrantes do Planalto dizem esperar a lista até, no máximo, segunda-feira (7).

Desde terça-feira, o Palácio do Planalto realiza reuniões com AGU, CGU e Economia para tratar sobre transição.

Nesta quinta, o secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Assunção, pediu aos outros ministérios que indiquem nomes para compor o GAT (Gabinete de Apoio à Transição) —eles auxiliarão os nomes de Lula a fazer um raio-X do Executivo federal.

A equipe de Lula fez nesta sexta a primeira visita ao CCBB. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-ministro Aloizio Mercadante representaram Alckmin, que coordenará o processo.

Segundo Gleisi, eles foram recebidos pelo vice-presidente corporativo do Banco do Brasil, Ênio Mathias Ferreira, e visitaram as instalações.

A presidente do PT afirmou que serão indicadas 50 pessoas, que ocuparão cargos públicos, além de colaboradores voluntários, que não serão remunerados, para trabalhar na troca de informações.

"A ideia é que, a partir de segunda [7], a gente já comece a ocupar o espaço, não com a equipe toda formada, mas com a equipe de administração, pessoal que vai fazer essa parte de apoio, para que a equipe da transição mesmo, das áreas temáticas, cheguem e esteja tudo pronto", afirmou.

Está prevista na segunda uma reunião da equipe de transição com o presidente eleito para definir os escolhidos. No mesmo dia, há expectativa de que seja fechada uma agenda para que o próprio Lula viaje a Brasília, provavelmente na terça (8).

Na capital, Lula deverá visitar o CCBB e conduzir uma série de conversas com representantes dos Três Poderes. "Não tem nada marcado, tem a pretensão. O presidente falou que quer fazer visitas. Como retorna domingo, só vamos discutir a agenda dele na segunda", disse Gleisi.

Alckmin, porém, já é certo que estará em Brasília na próxima semana para o início dos trabalhos.

Em entrevista durante a visita, Gleisi foi questionada a respeito das críticas feitas pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado próximo de Lula, à chamada PEC de transição que o governo eleito articula no Congresso para garantir o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil no ano que vem. O programa deve voltar a se chamar Bolsa Família.

O senador afirmou que a PEC é uma "barbeiragem". Segundo ele, não era necessário "se entregar dessa forma" ao centrão.

"Conversei ontem [quinta, 3] com senador Renan Calheiros, temos de ver todas as possibilidades para viabilizar aquilo que foi contratado nas urnas. Não podemos entrar 2023 sem o auxílio emergencial [Brasil] e sem o aumento real do salário mínimo, coisas que foram contratadas com o povo brasileiro."

Alckmin chegou a conversar com o presidente Jair Bolsonaro na quinta. Segundo ele contou a jornalistas, o chefe do Executivo disse que vai colaborar com a transição entre governos.

O encontro entre os dois ocorreu no gabinete do presidente, no terceiro andar do Palácio do Planalto, a pedido de Bolsonaro, após Alckmin sair de uma reunião com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, para discutir a transição de governo.

"Foi positivo. O presidente convidou. Estávamos saindo já e [ele] reiterou o que disse o ministro Ciro Nogueira e o ministro general [Luiz Eduardo] Ramos da disposição do governo federal de prestar todas as informações, colaborações, para que se tenha uma transição pautada pelo interesse público", disse Alckmin.

O vice-presidente eleito foi questionado se Bolsonaro o parabenizou pela vitória, mas evitou responder a essa pergunta.

"O presidente fala depois o teor da conversa, mas foi em resumo reiterar os compromissos em relação à transição, pautada pela transparência, pautada pela continuidade dos trabalhos, pelo planejamento, pela previsibilidade", disse.

A declaração de Alckmin, que também é coordenador da transição pelo governo eleito, foi dada após reunião no TCU (Tribunal de Contas da União).

Mais cedo, no Palácio do Planalto, o vice de Lula afirmou que a reunião foi "proveitosa" e que a transição "já começou" e será instalada na próxima segunda no CCBB.

Depois do encontro com Ciro Nogueira, Alckmin concedia entrevista à imprensa no momento em que Bolsonaro chegou ao Planalto. O chefe do Executivo mandou avisá-lo que estava lá e gostaria de cumprimentá-lo.

O vice-presidente eleito então subiu até o gabinete presidencial, onde ficou com o chefe do Executivo por menos de dez minutos, a portas fechadas. Segundo relatos, Bolsonaro disse que sua equipe era bem-vinda e que deixariam tudo disponível para a transição.

Interlocutores do presidente contam que ele passou o dia em reuniões no Alvorada, mas que tinha a vontade desde cedo de cumprimentar o ex-governador de São Paulo. Por isso, foi ao Planalto, onde ficou por cerca de meia hora apenas.

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