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Promotoria denuncia 4 acusados de ataque com drone em ato de Lula em MG

Ao menos 28 pessoas foram atingidas por resíduos de inseticida tido como altamente tóxico

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Salvador

O Ministério Público de Minas Gerais ofereceu denúncia nesta quinta-feira (3) contra quatro homens acusados de usarem um drone para despejar resíduos de agrotóxicos em pessoas que iriam participar de um ato político do então pré-candidato a Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O caso aconteceu no dia 15 de agosto, um dia antes do início da campanha eleitoral, na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Apoiadores de Lula aguardavam o início de um comício, quando foram atingidos pelos resíduos despejados com um drone usado na pulverização de lavouras.

Pouco antes de ato com Lula, um drone sobrevoou a Universidade do Triângulo Mineiro, local do evento, jogando resíduos de agrotóxicos nos apoiadores do petista - Reprodução O Tempo

Perícia realizada pela Universidade Federal de Uberlândia que detectou a presença da substância clorpirifós (organofosforado), um inseticida tido como altamente tóxico. Este produto está associado a danos no sistema nervoso, além de câncer.

Os quatro denunciados são Rodrigo Luiz Pereira, Daniel Rodrigues de Oliveira, Charles Wender Oliveira Souza e Agmar José Ferreira. O primeiro é apontado pelos promotores como mentor do ataque. Os outros três participaram do ataque com um adolescente.

De acordo com a Promotoria, os quatro denunciados se associaram com o fim específico de cometer crimes e toda ação foi "previamente arquitetada" pelos envolvidos.

No dia previsto, pouco tempo antes do início do ato com Lula, um deles assumiu o controle do drone e o direcionou sobre as pessoas que aguardavam a realização do comício. Quando o drone voava a menos de 30 metros de altura, o homem acionou o pulverizador.

Os resíduos tóxicos atingiram ao menos 28 pessoas, informa a denúncia, dentre elas crianças e idosos.

De acordo com a denúncia, a substância que atingiu as pessoas possuía cheiro forte e fétido, e causou em diversas vítimas coceira imediata e persistente, além de vômito e náuseas. Houve pânico e as pessoas que estavam no local tentaram correr para se abrigar.

A Promotoria apontou crimes como exposição da vida ou a saúde de terceiros a perigo direto e iminente, associação criminosa e corrupção de menores.

Também houve descumprimento das normas que regem a utilização de aeronaves não tripuladas e das regras que preveem a destinação correta a resíduos de agrotóxicos.

O Ministério Público requereu a fixação de valor mínimo para reparação dos danos materiais e morais causados pela infração.

Um dos denunciados, o agropecuarista Rodrigo Luiz Parreira, chegou a ser preso em julho por aquisição irregular de armas de fogo. Ele também tem uma condenação por estelionato em Minas Gerais e outra por roubo em Goiás.

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