Comandante da FAB sob Bolsonaro manifesta apoio a militares escolhidos por Lula

Presidente participa de cerimônia militar da Marinha no Rio, mas mantém silêncio

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São Paulo e Rio de Janeiro

O tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, comandante da FAB (Força Aérea Brasileira) no governo Jair Bolsonaro (PL), publicou em suas redes sociais neste sábado (10) manifestações de apoio aos militares escolhidos pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para comandar as Forças Armadas a partir de 2023.

"Oficializadas as escolhas dos próximos comandantes das Forças Armadas, registro meu desejo de muitas felicidades e realizações em suas missões", escreveu.

Baptista Júnior elogiou e desejou boa sorte ao seu sucessor no cargo da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

Ele afirmou ainda que Damasceno é "líder nato, profundo conhecedor de todos os assuntos e com uma visão gerencial apurada" e que sua "torcida e apoio serão permanentes".

De pé, o presidente Jair Bolsonaro participa de formatura de oficiais na Escola Naval, no Rio, neste sábado
O presidente Jair Bolsonaro participa de formatura de oficiais na Escola Naval, no Rio, neste sábado - Clauber Cleber Caetano/PR

Lula priorizou os oficiais-generais mais antigos de Marinha, Exército e Aeronáutica para comandar as Forças no início de sua gestão.

No Exército, o comando ficará a cargo do general Julio Cesar de Arruda. Na Marinha, o almirante Marcos Sampaio Olsen.

Os nomes foram anunciados nesta sexta-feira (9) com a confirmação de que o ex-presidente do TCU (Tribunal de Contas da União) José Múcio Monteiro será o ministro da Defesa.

Além dos comandantes, Múcio e Lula definiram os nomes de quem vai ocupar os outros dois principais cargos da estrutura do Ministério da Defesa.

O almirante Renato de Aguiar Freire ficará com a chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, cargo vinculado à estrutura do Ministério da Defesa. Ele substituirá o general Laerte de Souza Santos. A escolha segue o critério de rodízio entre as Forças no comando da área.

Para a Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, Múcio escolheu Luiz Henrique Pochyly. Ele é especialista em compliance e controle e foi secretário-geral de administração do TCU enquanto o futuro ministro ocupava uma das cadeiras da corte de contas.

Na manhã deste sábado (10), o presidente Jair Bolsonaro participou de uma cerimônia de formatura de novos oficiais da Marinha, na Escola Naval, no Rio. Mais uma vez não fez discurso. Foi recebido, porém, aos gritos de "mito" por parte da plateia.

Desde o dia 26 de novembro essa é a quinta cerimônia militar que o presidente esteve presente e não se pronunciou. As outras ocorreram em Resende, interior do Rio; duas em Brasília; e em Pirassununga, interior de São Paulo.

Na sexta, Bolsonaro quebrou o silêncio com um discurso dúbio que atiçou seus apoiadores. Ele falou com simpatizantes na área externa do Palácio da Alvorada, após ficar recluso por mais de um mês, desde a derrota para Lula.

Bolsonaro disse na ocasião se responsabilizar pelos seus erros, afirmou que seus apoiadores é que decidirão seu futuro e exaltou sua ligação com as Forças Armadas, no dia em que Lula anunciou seus primeiros ministros, incluindo o futuro titular da Defesa e os futuros comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica.

Neste sábado, no evento da Marinha, estiveram presentes o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; o chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno; e o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ).

Pela primeira vez, a Escola Naval formou mulheres para os quadros da Armada e de Fuzileiros. Isabela Ferreira, Iana Duarte, Larissa Campos, Débora Correa e Maria Santos poderão ser as primeiras a comandarem um navio, por exemplo. Já Helena Monteiro é a primeira fuzileiro da escola.

No total, 182 alunos se formaram, entre eles sete estrangeiro das marinhas da Bolívia, Cabo Verde, Camarões, Panamá e Senegal.

Colaborou Bruna Fantti, no Rio

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