Acampamento em QG esvazia, e parte de bolsonaristas deixa local em dia de posse de Lula

Quinze ônibus cheios saíram do local neste domingo (1º)

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Brasília

Parte dos bolsonaristas acampados em frente ao quartel-general do Exército em Brasília começou a se desmobilizar neste domingo (1º), dia da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Cinco ônibus estacionaram nas proximidades do acampamento ao longo da manhã para levar embora manifestantes que estão há semanas no local. À tarde, outros dez ônibus cheios partiram do lugar.

Inconformados com a derrota eleitoral imposta a Jair Bolsonaro (PL), eles defenderam desde pouco depois do fim do segundo turno um golpe militar que impedisse a posse de Lula. No início da tarde, havia cerca de 200 pessoas no local.

Um ônibus estacionado em uma área aberta, perto do quartel-general do Exército em Brasília.
Ônibus estacionado no acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército, em Brasília - Ricardo Nonato - 1º.jan.23/ Folhapress

De acordo com militares que acompanham a movimentação, um dos fatores que contribuiu para a desmobilização foi a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos na sexta-feira (30). O agora ex-presidente deve permanecer um mês nos EUA.

O fato de ter deixado o país em meio aos apelos de seus apoiadores por um ato que impedisse a posse de Lula virou motivo de crítica para alguns bolsonaristas, que se viram abandonados com o gesto.

Apoiadores do ex-presidente xingaram e o chamaram de covarde após a live de despedida nesta sexta-feira (30). Parte deles acompanhou a transmissão em frente ao Palácio da Alvorada, a residência oficial, e deixou o local após o discurso.

No acampamento montado na porta do QG do Exército, manifestantes afirmaram que Bolsonaro não pediu a eles que regressassem para casa e prometeram seguir mobilizados.

A escalada da violência nos atos antidemocráticos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público do então presidente Bolsonaro e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.

Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico e acenderam o alerta das autoridades, que realizaram prisões e investigam até possível crime de terrorismo.

Os responsáveis poderão ser punidos na Justiça com base na Lei Antiterrorismo, legislação que os próprios bolsonaristas tentaram endurecer visando punir manifestantes de esquerda.

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