Lula é empossado pelo Congresso e dá início ao seu 3º mandato como presidente da República

Petista e seu vice, Alckmin, inauguraram terceiro volume do livro escrito à mão que reúne desde 1891 os termos de posse dos presidentes da República

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Brasília e São Paulo

Após colher as respectivas assinaturas, o Congresso Nacional declarou na tarde deste domingo (1º) Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77, e Geraldo Alckmin (PSB), 70, formalmente empossados nos cargos de presidente e vice-presidente da República.

Lula e Alckmin inauguraram o terceiro volume do livro escrito à mão que reúne, desde 1891, os termos de posse presidencial.

Lula durante a cerimônia de posse - Jacqueline Lisboa/Reuters

É a terceira vez que Lula coloca sua assinatura no livro —as duas anteriores foram em 2003 e 2007, ambas tendo como vice o empresário mineiro José Alencar (1931-2011).

Antes de assinar o termo, Lula também cumpriu a regra exigida dos presidentes diplomados de firmar o compromisso constitucional de manter, defender e cumprir a Carta, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

Lula foi ovacionado no plenário da Câmara e ouviu gritos de "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula".

Antes de assinar o termo de posse, Lula contou a história da caneta que usaria naquele momento. Disse que ganhou o objeto de uma pessoa no Piauí em 1989 e que com ela deveria assinar a posse na ocasião. Lula, então, afirmou que usou outras canetas em 2002 e 2006, mas agora encontrou o presente e resolveu usá-lo.

Formalmente empossado no cargo, o petista e seu vice seguirão para o Palácio do Planalto após o discurso no plenário da Câmara dos Deputados.

Lá ele receberá a faixa presidencial e fará novo discurso, dessa vez no parlatório, direcionado ao público concentrado na Praça dos Três Poderes.

Lula foi eleito para seu terceiro mandato ao receber 50,9% dos votos válidos no segundo turno, contra 49/1% de Jair Bolsonaro (PL). Foi a primeira vez que um presidente perdeu uma disputa pela reeleição no país.

Caderno com o termo de posse presidencial escrito à mão
Fotomontagem com o início e o fim do termo de posse de Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, José Alencar, em 1º de janeiro de 2003; à caneta azul, a assinatura de Lula - Reprodução

O novo mandato de Lula só termina em 4 de janeiro de 2027, e não no dia 31 de dezembro de 2026. Isso porque uma emenda constitucional alterou a data de posse do chefe do Executivo nacional e dos governadores de estado.

Com a alteração, os próximos presidentes passarão a assumir seus postos em 5 de janeiro. Já governadores assumirão os Executivos dos estados em 6 de janeiro. A posse dos prefeitos permanece no dia 1º de janeiro.

A alteração proposta pela PEC (proposta de emenda à Constituição) da reforma eleitoral pode criar impasses, uma vez que o ano orçamentário acaba no primeiro dia de janeiro. A expectativa é que até lá seja aprovada uma lei alterando o ciclo do Orçamento.

Lula e Janja deixaram a Catedral Metropolitana de Brasília rumo ao Congresso Nacional no tradicional Rolls Royce conversível usado pelo chefe do Executivo no dia da posse.

Havia um impasse sobre se Lula e Janja usariam o carro aberto ou um fechado e blindado no trajeto, por motivos de segurança. O vice-presidente Geraldo Alckmin e sua esposa, Lu Alckmin, desfilam juntos no mesmo carro.

No Congresso, os quatro foram recebidos pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para o início das solenidades formais. Lula então foi cercado por parlamentares e passou a receber abraços e posar para para fotos.

No início da cerimônia, Pacheco fez homenagem póstuma e pediu um minuto de silêncio a Pelé, que morreu na semana passada, e ao papa emérito Bento 16, que morreu neste sábado (31).

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