Descrição de chapéu Folhajus ataque à democracia

Dino cita 3 inquéritos para investigar vandalismo e diz que identificaram financiadores em 10 estados

Ministro diz que GDF descumpriu planejamento com manifestantes na Esplanada e menor policiamento

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Brasília

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira (9) que haverá a abertura de três inquéritos para investigar os ataques ao Congresso, STF (Supremo Tribunal Federal) e Palácio do Planalto.

A intenção é saber quem são as pessoas que participaram dos atos e quem são os financiadores, que ainda estão sendo identificados. Dino disse que cerca de 1.500 pessoas que participaram dos atos foram presas.

O titular da pasta disse ainda que já foram identificados financiadores de dez estados pelos atos de vandalismo, mas não detalhou quantos seriam, em quais estados e a quais grupos seriam ligados. As informações foram passadas em entrevista coletiva nesta segunda-feira (9).

Vândalos invadem Palácio do Planalto, Congresso e STF em Brasília - Mauro Pimentel/AFP

"Não é possível ainda distinguir nitidamente responsabilidades quanto ao financiamento. O que é possível afirmar cabalmente [é] que havia financiamento. Nós temos a relação de todos os contratantes de ônibus, todas essas pessoas serão chamadas a prestar esclarecimentos, porque são pessoas que contrataram ônibus e não eram para excursões turísticas. Temos relação, PRF forneceu à PF", disse.

Dino disse que já está com a relação de todas as pessoas que financiaram os veículos que chegaram em Brasília. Eles serão ouvidos pela Polícia Federal.

Durante a entrevista coletiva, Dino tirou a responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a falha da segurança neste domingo (8). Ele disse que acionou a Força Nacional, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter decretado a intervenção federal.

O ministro Flávio Dino durante entrevista coletiva - Amanda Perobelli/Reuters

O ministro repetiu que houve mudança da segurança do Distrito Federal de última hora, liberando a Esplanada dos Ministérios para o público, que até então seria bloqueada no domingo.

"Na esfera federal, não, por questões jurídicas [se algo poderia ser feito pelo MJ]. A PF é polícia judiciária, não é ostensiva. Não cabe a ela fazer patrulhamento da Esplanada, ao Exército, as Forças Armadas, é impossível agir se não houver decretação da GLO. PRF, obviamente, não poderia ter atuado. Contingente da Força Nacional disponível estava atuando e atuou", disse.

"O que nos cabia constitucionalmente foi feito, ou seja, reuniões preparatórias com o Governo do DF, que é quem tem competência de fazer garantia da ordem pública. Então em relação às atribuições do governo federal não podemos presumir que um governo local qualquer vai falhar no cumprimento dos seus deveres", acrescentou.

Ele também amenizou a responsabilidade do ministro da Defesa, José Múcio, sobre as pessoas que permaneceram no QG do Exército e saíram para os atos de vandalismo. "Eu quero fazer uma veemente defesa da sinceridade do ministro Múcio ao comandar uma das áreas mais difíceis do governo, pelas circunstâncias e história brasileira. Ele optou pelo caminho de diálogo e ele não pode ser condenado por isso", disse.

Em relação aos vândalos, Dino disse que haverá abertura de inquérito na área criminal e na área cível. A intenção é que essas pessoas sejam obrigadas a pagar pelos prejuízos que ocorreram em Brasília.

Manifestantes bolsonaristas com pedidos antidemocráticos entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo (8), invadiram áreas do Congresso, do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal), e entraram em confronto com a PM.

As forças de segurança conseguiram desocupar os prédios públicos invadidos na praça dos Três Poderes, usando para isso muitas bombas de efeito moral e spray de pimenta.

Os agentes começaram a ter êxito na operação por volta das 16h.

Helicópteros da Polícia Militar e da Polícia Federal também agiram, sobrevoando a praça e atirando bombas de gás. A tropa de cavalaria também foi acionada, além de carros blindados.

O vandalismo contra as sedes dos Três Poderes levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a decretar a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal.

De acordo com o ministro da Justiça, houve descumprimento do plano de segurança para o dia por parte do governo do Distrito Federal.

Na sexta (6), havia tido uma reunião entre as forças de seguranças do DF e federais, com o ministério, em que havia sido feito um planejamento com base naquele da posse presidencial do dia 1º, que ocorreu sem intercorrências.

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