Recepção a Bolsonaro tem gritos de 'mito', ataques a Lula e divisão de claque; veja vídeos

Ex-presidente evita encontro com seguidores nos dois locais por orientação das autoridades de segurança

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Brasília

Dezenas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) se reuniam para recepcioná-lo no saguão do aeroporto de Brasília na manhã desta quinta-feira (30). Eles, porém, não sabiam que o ex-presidente sairia pelo hangar da Polícia Federal, a quilômetros dali.

Ex-presidente Jair Bolsonaro acena para apoiadores pela janela do prédio onde fica a sede do PL em Brasília - Gabriela Biló/ Folhapress

Apoiadores oscilavam entre cantar o hino nacional e gritos de "mito", "ei, Bolsonaro, cadê você, eu vim aqui só pra te ver". Por vezes, xingavam o presidente Lula e a Globo.

"Onde eu vou para abraçar meu presidente?", questionou Tania Rocha Cezar. A dona de casa de 77 anos foi de ônibus de São Vicente (SP) para Brasília apenas para acompanhar o retorno de ex-mandatário.

"Tô achando ótimo que ele está nos nossos braços outra vez e vamos levar ele para Presidência novamente", disse Tânia, que questionou se a reportagem era lulista ou bolsonarista, porque não fala com eleitores de Lula.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília - Sergio Lima/AFP

Assim como Tania, Fernando Orlandi também foi para Brasília apenas para tentar ver o ex-presidente.

O empresário de 30 anos carregava o filho Kemuel de 1 ano nos braços, enquanto esperava Bolsonaro sair pelo desembarque internacional.

"Ele motivou muito o agronegócio, pequenos e grandes [empresários]. A gente tem que dar uma força [para ele]. A terra dele é aqui, com vitória ou derrota, ele tem que ficar aqui no Brasil", disse.

À medida que a porta do desembarque abria, eles aplaudiam na expectativa de ser o ex-presidente. Em determinado momento, um passageiro deixou o local fazendo o 'L' com as mãos, em referência a Lula. Foi xingado e vaiado, sob gritos de "Lula ladrão".

Ainda que Bolsonaro tenha saído discretamente do terminal, sua chegada mudou a rotina do aeroporto. Foi feito um bloqueio pela Polícia Militar na avenida principal que leva ao local, mas os carros não eram parados.

O policiamento no próprio aeroporto também foi ostensivo, com ônibus e agentes em diferentes locais desde cedo.

Autoridades eram esperadas apenas no PL. No aeroporto, só estava o ex-secretário de comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, que ora conversava com policiais ora com imprensa.

Depois, chegou o filho 03 do ex-presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), causando tumulto no saguão. Os apoiadores o tietavam e perguntavam pelo pai. Eles só começaram a desmobilizar por volta das 8h, quando o deputado federal deixou o local.

Apoiadores também esperaram o ex-presidente em frente ao complexo hoteleiro onde está localizada a sede do PL, na região central de Brasília. Os bolsonaristas vibravam e se aglomeravam para tirar selfies com ex-ministros e aliados de Bolsonaro.

O ex-presidente chegou ao local por volta de 8h, mas frustrou os apoiadores ao entrar pela garagem.

O PL divulgou um vídeo que mostra o presidente descendo do carro, dentro do prédio, sendo recebido pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto; por seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o general e ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que foi candidato a vice em sua chapa nas eleições presidenciais.

Bolsonaro apareceu na janela do restaurante de um hotel do complexo, para acenar brevemente aos apoiadores. Os bolsonaristas cantaram na sequência o hino nacional.

Foram receber o ex-presidente ministros do seu governo, como Ciro Nogueira (Casa Civil), Gilson Machado (Turismo), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Eduardo Pazuello (Saúde).

O general, agora deputado federal, disse que o papel do presidente em seu retorno será "agregar a direita, manter agregada a direita".

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