Descrição de chapéu Rio de Janeiro - Estado

Veja vídeo em que Roberto Jefferson diz ter rido de policial ferida

Justiça Federal mantém sob sigilo vídeo de depoimentos dos agentes federais alvos dos disparos

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Rio de Janeiro

A Justiça Federal divulgou nesta terça-feira (30) vídeo do interrogatório do ex-deputado Roberto Jefferson no processo em que é acusado de tentativa de homicídio contra quatro policiais federais que foram cumprir ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em outubro passado.

No interrogatório, na última sexta-feira (26), o aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ter rido quando viu a policial Karina Lino fugindo após ele ter lançado uma primeira granada de luz e som adulterada com pregos.

"Eles se abrigaram. A última a correr foi a menina. Eu até ri. Ela é igual a minha neta. Cabelinho preso…", disse o ex-deputado.

Karina ficou ferida na perna por um estilhaço do projétil disparado pela carabina do ex-deputado. Antes, o projétil atingiu a pistola que estava no coldre colado ao corpo da agente.

O Ministério Público Federal afirma que a arma salvou a policial de ser atingida diretamente pelo projétil 5.56mm, o que provocaria um ferimento mais grave. Um perito contratado pela defesa do ex-deputado diz que as marcas na pistola indicam que ela não seria atingida caso não estivesse com o equipamento no coldre.

Além de Karina, o delegado federal Marcelo Villela também se feriu com estilhaço de algum material metálico na cabeça. A juíza Abby Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, impôs sigilo sobre o vídeo dos depoimentos das vítimas. Elas afirmaram que foram surpreendidos com os disparos efetuados por Jefferson e que o ex-deputado atirou com a intenção de matar.

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O ex-deputado federal Roberto Jefferson durante interrogatório em processo no qual é acusado de tentar matar quatro policiais federais - Justiça Federal / Reprodução

Ao longo do depoimento, Jefferson buscou convencer a juíza de que não teve intenção de matar os agentes. Ele efetuou 60 disparos de carabina e lançou três granadas de luz e som (sendo ao menos uma alterada com pregos).

"Atirei no carro", repetia ele ao longo de 1 hora e 24 minutos de depoimento.

A Procuradoria e a defesa vão pedir novas diligências. Em seguida, a juíza Abby Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, decidirá se o caso será julgado por um júri popular. A defesa de Jefferson pretende alterar a acusação de tentativa de homicídio para lesão corporal, o que tiraria o caso do Tribunal do Júri.

"A prova de acusação não demonstrou nem dolo nem tentativa de homicídio. Demonstrou que ele estava num estado que não aguentava mais tanta ilegalidade. Em momento algum teve intenção de ceifar a vida dos policiais", disse o advogado João Pedro Barreto.

Jefferson foi preso em 23 de outubro por ordem do ministro sob alegação de descumprimento, de forma reiterada, de regras da prisão domiciliar imposta anteriormente.

Um dia antes, ele havia usado a conta no Twitter da filha, a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB), para xingar a ministra do STF Cármen Lúcia. A magistrada foi chamada de "bruxa de Blair" e "Cármen Lúcifer", entre outros insultos.

O ex-deputado estava em prisão domiciliar desde janeiro de 2022 por questões de saúde. Na ocasião, Moraes relaxou a prisão preventiva decretada em agosto de 2021 no âmbito do inquérito das milícias digitais ligadas ao então presidente Bolsonaro.

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