Descrição de chapéu Governo Lula

Lula chama Bolsonaro de titica em discurso no Paraná

Petista fez menção ao ex-presidente ao discursar em retomada de obra de universidade; veja vídeo

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Foz do Iguaçu (PR), Porto Alegre e Brasília

O presidente Lula (PT) se referiu a Jair Bolsonaro (PL) como "titica" em discurso realizado na tarde desta terça-feira (4) em Foz do Iguaçu (PR).

Lula em evento na Unila, no Paraná - Ricardo Stuckert

Em cerimônia para celebrar a retomada das obras da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Lula xingou Bolsonaro ao falar sobre a importância de os jovens universitários fazerem política.

"Normalmente vocês [jovens] são induzidos a não gostar de política. Quando a gente não gosta de política, nasce uma titica como Bolsonaro", disse o presidente. Titica significa excremento de galinha.

A plateia de cerca de 2.000 convidados –composta majoritariamente por estudantes da Unila, professores e membros do MST– reagiu com risadas e puxou o coro de "inelegível", assim como ocorreu em discursos anteriores de Lula desde o julgamento do ex-presidente no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A Unila foi criada em 2007, no segundo mandato de Lula, para receber estudantes de diferentes países do Mercosul. Seu campus, em Foz do Iguaçu, é o último projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, morto em 2012. As obras, todavia, estavam paralisadas desde 2014.

Lula discursou ao lado do esqueleto de um dos prédios, cuja construção foi interrompida após 40% dos trabalhos executados.

Desde que foi inaugurada, em janeiro de 2010, a Unila funciona em imóveis alugados. Embora esta paralisação tenha ocorrido ainda no governo Dilma Rousseff, ela serviu para que Lula criticasse mais uma vez Bolsonaro em seu discurso, lembrando ter encontrado 14.000 obras paradas ao assumir seu terceiro mandato –4.000 delas de educação.

"Como é que pode um país deixar as obras paralisadas porque o presidente [Bolsonaro] não gostou da obra. Aquela obra [apontando para o esqueleto da Unila] não é pra ele. Aquela obra é para vocês, para o povo", disse.

A cerimônia com Lula serviu para firmar um acordo de cooperação técnica entre Itaipu, Unila e Ministério da Educação que prevê o financiamento por parte de Itaipu para execução do remanescente da estrutura.

Serão concluídas as obras da primeira fase do futuro campus. A etapa inclui o prédio principal com 18 andares, o bloco de salas de aula e um restaurante. O custo total da obra é de R$ 600 milhões.

O presidente esteve na cidade de fronteira após encerrar compromisso na Cúpula do Mercosul, na vizinha Puerto Iguazu, na Argentina.

Pela manhã, Lula criticou durante live nas redes sociais o uso abusivo de celular. Na transmissão, ele afirmou que vetou a entrada de aparelho telefônico em reuniões em seu gabinete e disse que é necessário "humanizar" as relações.

"O cara marca uma audiência com o presidente e daqui a pouco o presidente está sentado e o cara no celular conversando com o cara que ele não marcou a audiência. Então, no meu gabinete não entra com celular, celular fica na portaria e nenhuma reunião eu permito celular", disse.

Ele afirmou também que orienta seus assessores a ligarem para as pessoas com quem quer falar, em vez de mandar recado via aplicativo de mensagem instantânea.

"Comigo não tem isso, comigo é ligue. Fale ‘bom dia, boa tarde, boa noite, presidente quer fazer reunião, pode comparecer’", disse.

Lula afirmou que se educou em relação a isso. "Eu, graças a Deus, me eduquei. Me eduquei, não sou refém do celular, não sou refém, não almoço com celular, não janto com celular, não vou a banheiro com celular, não tomo banho com celular. Ou seja, tenho meu tempo e celular tem o dele."

O presidente criticou as pessoas que têm mais de um aparelho telefônico.

"Tem gente que é doente, tem gente que só tem duas orelhas e anda com três celulares na mão, quatro. Antigamente, as pessoas ainda coçavam a virilha, hoje em dia nem isso coça mais. As pessoas cheias de celular na mão. Eu sinceramente acho que é doença ou prepotência, se acha muito importante."

Lula citou um caso em que um amigo o telefonou para falar da morte de um conhecido de ambos.

"Uma pessoa me ligou 3 horas da manhã para me contar que tinha morrido um companheiro. Quando a pessoa me contou eu falei: ‘e agora’? Você me acorda 3 horas da manhã, eu não tenho o que fazer, você vai voltar a dormir e eu estou acordado agora pensando no companheiro que morreu", disse.

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