Presidente de CPI blinda Bolsonaro e pauta quebra de sigilo de Zambelli

Deputado Arthur Maia diz que investigações sobre joias não têm relação com atos golpistas

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Brasília

O presidente da CPI do 8 de janeiro, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), decidiu blindar Jair Bolsonaro (PL) e não colocar em pauta as quebras de sigilo do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Ele afirmou nesta quarta-feira (23) que as investigações sobre tentativa de venda de joias entregues a Bolsonaro por autoridades estrangeiras não têm relação com a apuração sobre os atos golpistas, alvo da CPI.

Maia, porém, aceitou colocar na pauta da reunião de quinta-feira (24) da CPI pedido de quebra de sigilo fiscal da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e nova convocação para depoimento de Mauro Cid, ex-chefe dos ajudantes de ordem de Bolsonaro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, de terno à direita, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, à esquerda, em evento do PL em SP
O ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em evento do PL em SP - Carla Carniel - 6.mai.2023/Reuters

A CPI também pode avaliar na quinta pedido de convocação de Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e quebras de sigilos telefônico e telemático de Tércio Arnaud Tomaz e José Matheus Salles Gomes, responsáveis pela estratégia de comunicação nas redes sociais do ex-presidente.

Maia também pautou a convocação de integrantes da PM do Distrito Federal que atuaram no 8 de janeiro, além de pedidos de acesso a imagens internas e externas do Palácio da Alvorada e do Ministério da Defesa.

O plano da comissão era pautar requerimentos de quebras de sigilo e convocações na terça (22), mas houve divergência entre os parlamentares sobre quais seriam avaliados. Sem acordo, Maia decidiu apresentar com antecedência a pauta da reunião.

O presidente da CPI se reuniu nesta quarta com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o comandante do Exército, Tomás Paiva, no quartel-general da corporação.

Após o encontro, Maia disse que o envolvimento de militares em atos golpistas deve ser "totalmente separado" das Forças Armadas. Ele afirma não ter recebido pedidos para deixar de ouvir algum militar.

"É muito importante concluir os trabalhos [da CPI] preservando as instituições brasileiras. O fato de alguns militares, pessoas físicas, terem eventualmente se envolvido com essas movimentações antidemocráticas, tem de ser separado, totalmente separado, das Forças Armadas", disse Maia.

O deputado afirmou ter partido dele o convite para a conversa com Tomás Paiva. A reunião foi feita no momento em que as investigações da CPI avançam sobre militares. No próximo dia 31 a comissão ouvirá o general Gonçalves Dias, o GDias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Além disso, a comissão investiga a participação de militares em tentativas de deslegitimar as urnas eletrônicas na última eleição —o programador Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, disse à CPI que esteve, a pedido de Bolsonaro, no Ministério da Defesa para tratar do sistema eletrônico de votação.

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