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Vídeo de mulher com rosto de Lula e delegado parecido com Bolsonaro é uma sátira

Post viral não traz indicação sobre a edição do conteúdo, o que despertou dúvidas entre usuários nas redes sociais

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São Paulo

Com o uso de inteligência artificial, vídeo viral faz sátira ao inserir o rosto do presidente Lula (PT) sobre o de uma mulher aparentemente algemada em uma delegacia da Polícia Civil e também ao colocar a face do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a de um delegado. A gravação sobre a qual foram feitas as adulterações nos rostos é trecho de uma reportagem do SBT-MS.

O conteúdo, verificado pelo Comprova, foi compartilhado sem qualquer aviso de que se tratava de um vídeo editado, em uma página de "humor" e "notícias" cujos posts já foram verificados outras vezes pelo Comprova. A falta de clareza sobre a edição do vídeo despertou dúvidas entre usuários nas redes sociais sobre a veracidade dele e a intencionalidade da publicação.

A reportagem original tratava do assassinato de Renata de Freitas Garcia, uma mulher de 25 anos, em Campo Grande (MS). A matéria sem adulterações foi exibida pelo SBT-MS em 29 de outubro de 2018, dia em que o corpo da vítima foi encontrado em um terreno baldio na capital sul-mato-grossense.

Ilustração mostra linguagem de códigos de programação; vídeo que viralizou com inserção de rostos de Lula e Bolsonaro foi feito a partir da técnica conhecida como deepfake - Kacper Pempel/Illustration - 12.5.2017/Reuters

Renata é a mulher que aparece no vídeo adulterado com o rosto parecido ao de Lula. A reportagem do SBT-MS sobre o assassinato utilizou imagens de arquivo da vítima, uma vez que ela já havia aparecido anteriormente em matérias da emissora por passagens policiais.

Em 2017, Renata chegou a ficar conhecida como "bandida sorridente", conforme registrou a imprensa local, por uma série de entrevistas que concedeu em uma delegacia da Polícia Civil após ser presa por suspeita de tentativa de homicídio. As imagens dessa ocasião foram recuperadas no ano seguinte pela reportagem do SBT-MS que tratava da morte dela e que acabou adulterada posteriormente.

Sátiras são memes, paródias e imitações publicadas com intuito de fazer humor. O Comprova verifica conteúdos satíricos quando percebe que há pessoas tomando-os por verdadeiros.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por NSC e Metrópoles em 1° de dezembro pelo Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Estadão, CBN, A Gazeta, SBT e SBT News.

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