Ex de filho de Lula que o acusou de violência se diz alvo de machismo

'Te invalidam, te humilham, te silenciam', escreveu Natalia Schincariol em rede social

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São Paulo

A médica Natália Schincariol, ex-companheira do filho mais novo do presidente Lula, fez uma postagem dizendo sofrer com machismo nas redes.

Ela acusa Luís Cláudio Lula da Silva de violência física, moral e psicológica. Uma medida protetiva foi expedida em favor dela no início deste mês na Justiça de São Paulo, e Luís Cláudio nega todas as acusações.

Natália, diante da repercussão do episódio, disse já ter sido chamada de "ex-BBB", "vulgar, cabelos longos, boca grande".

Ao lado de um texto, a médica aparece em foto ao lado de painel de encontro médico
Postagem da médica Natália Schincariol em rede social - Reprodução Instagram

"Uma mulher que tem muito a falar e ninguém mais vai me conter. Médica, psicanalista, estudante de psiquiatria. Empresária, dona do próprio instituto de saúde mental", escreveu neste sábado (13), em seu perfil.

Ela acrescentou ainda "que nada disso tem valor quando você é uma mulher" porque "te invalidam, te humilham, te silenciam".

"Não vou me calar diante do machismo. O machismo é violento. O machismo mata", disse.

No boletim de ocorrência registrado sobre o caso, ao qual o UOL teve acesso, consta a informação de que Luís Claudio a teria manipulado para não prestar queixa. "Meu pai vai me proteger e [você] vai sair perdendo, eu vou acabar com sua alma. Vou falar para todos que você é uma insana, ninguém irá acreditar em você", teria dito o acusado, segundo a ex-companheira.

A vítima disse que a violência se intensificou nos últimos anos, o que colocou em risco sua integridade física e mental. Ela contou à polícia que chegou a ser afastada do trabalho por um mês devido ao trauma.

Ao UOL, na semana passada, Luís Cláudio, 39, disse que "jamais agrediria" a ex-companheira. "Desde o término do relacionamento, em janeiro deste ano, sempre fui muito atencioso com ela. Nunca chamei ela destes nomes todos que ela diz. Vou provar minha inocência", afirmou ele, que é dirigente de futebol no Amazonas.

O governo e o presidente Lula (PT) viraram alvo de cobranças públicas da oposição após as acusações.

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), e rivais do petista, como a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP), questionaram o silêncio de Lula ou de aliados a respeito.

Na última quinta-feira (11), sem fazer referência ao caso do filho caçula, Lula fez um discurso contra a violência doméstica durante um evento do governo e disse que "mulher não foi feita para apanhar".

"Todos nós sabemos que neste país existe muita violência contra mulher, violência às vezes dentro de casa, que marido não respeita a mulher muitas vezes", afirmou o presidente.

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