Descrição de chapéu Chuvas no Sul

Leite cresce em popularidade digital na tragédia e cola em Tarcísio no topo

Gaúcho ganha visibilidade em meio às enchentes no RS; Zema ficou em terceiro no ranking

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São Paulo

Em meio à tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB), despontou em popularidade digital entre os chefes dos Executivos estaduais pelo país, colando no líder, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O tucano ganhou espaço na discussão política após as cheias que inundaram cidades gaúchas e a articulação para a reconstrução do estado.

É o que mostra o IPD (Índice de Popularidade Digital), que varia de 0 a 100 e é analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado por meio de algoritmo que coleta e processa 175 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, Wikipedia e Google.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em entrevista à Folha no Palácio Piratini, na capital gaúcha
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em entrevista à Folha no Palácio Piratini, na capital gaúcha - Pedro Ladeira - 19.mai.24/Folhapress

Enquanto Tarcísio teve 70,2 pontos na análise realizada neste mês pela Quaest, Leite alcançou 69,8 pontos após ter ficado no sétimo lugar em março, com índice de 33,1. Em janeiro, ele ocupava o terceiro lugar no índice, com 49,8 pontos.

O governador mineiro, Romeu Zema (Novo), ficou em terceiro lugar no ranking deste mês, com 52,1 pontos, seguido do chefe do Executivo catarinense, Jorginho Mello (PL), com 45,6, e da pernambucana Raquel Lyra (PSDB), com 43 —ela era a vice-líder entre os governadores no primeiro mês do ano.

Os mais bem colocados mostram tendência de projeção nacional.

Leite vinha em queda no desempenho nas redes desde janeiro, tendo uma participação coadjuvante nas discussões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no projeto de renegociação das dívidas dos estados junto à União, e fora da chefia nacional do PSDB, substituído por Marconi Perillo em novembro.

Iniciou o ano no pódio entre os chefes dos Executivos estaduais, perdeu posições em março e só voltou a crescer novamente em abril, quando chegou a 44 pontos de popularidade digital.

Foi neste mês que começaram a soar os primeiros alertas de níveis recordes de chuvas no estado. Em seguida, o rio Guaíba superou o nível de cinco metros, o maior já registrado. Até este domingo (19), segundo a Defesa Civil gaúcha, foram 157 mortos, 806 feridos, 77 mil desabrigados e 581 mil desalojados.

Leite, então, ganhou destaque não apenas pela gravidade do assunto, mas pelos questionamentos feitos envolvendo a política ambiental por ele capitaneada. Nesse ínterim, foi reconhecido o estado de calamidade pública, e o tucano chegou a dizer que se trata do "pior desastre climático" do Rio Grande do Sul.

Questões como a mudança em cerca de 480 normas ambientais em 2020 foram levantadas, assim como críticas por uma declaração afirmando que as doações aos gaúchos poderiam causar impacto no comércio local (seguida por um pedido de desculpas).

Ainda houve ruídos entre o tucano e o governo Lula (PT), o que gerou ainda mais repercussão. Aliados de Leite e dirigentes do PSDB criticam o que dizem ser uma politização das enchentes para recuperar a imagem do petista no Rio Grande do Sul, onde perdeu para Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Também existiram atritos como a nomeação de Paulo Pimenta (PT) para o ministério extraordinário criado para colaborar com a reconstrução do estado. Aliados do governador admitem, sob reserva, que Leite ficou muito incomodado com a designação de um político com pretensões eleitorais na região.

Segundo esses aliados, o temor de Leite é que Lula queira criar um governo paralelo no estado, em que os ministros passem a discutir medidas diretamente com Pimenta, desviando do Palácio do Piratini.

Enquanto isso, Tarcísio manteve a liderança diante de uma série de movimentos em São Paulo. Enquanto busca implementar nova sede do governo paulista nos Campos Elíseos, no centro da capital, continua articulando a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Apesar de ter apostado em um perfil de político técnico e moderado para ganhar as eleições de 2022, o governador passou a se movimentar com mais proximidade diante do bolsonarismo, participando de manifestação com Bolsonaro na avenida Paulista em fevereiro, tecendo elogios ao ex-presidente e seu padrinho político desde então.

É ele quem a direita bolsonarista vislumbra como possível candidato ao Palácio do Planalto em 2026 em meio à inelegibilidade de Bolsonaro. Tarcísio tem sofrido pressão, inclusive do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para deixar sua sigla atual, o Republicanos, e ingressar na legenda do ex-mandatário.

Para a nota final, são consideradas cinco dimensões, como a fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

Cada dimensão é ponderada por um modelo assimilado pela máquina a partir dos resultados reais de eleições passadas, com milhares de candidaturas monitoradas pela empresa.

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