Descrição de chapéu Governo Tarcísio

Doria, rival de Bolsonaro, participa de jantar com Campos Neto a convite de Tarcísio

Ex-governador de SP diz que foi recebido com delicadeza pelo mandatário e elogiou a gestão atual do estado

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São Paulo

Entre a lista de pessoas convidadas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para o jantar em homenagem ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na segunda-feira (10), estava João Doria, ex-chefe do Executivo estadual.

Até então, Doria, que deixou o PSDB no final de 2022, estava isolado do governo de Tarcísio —que foi ministro de Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL)— depois que rivalizou com o ex-presidente enquanto foi governador de São Paulo.

Após ter se aliado a Bolsonaro na eleição de 2018, Doria se tornou um de seus principais inimigos políticos e, em 2023, afirmou que ele foi "o pior presidente que o Brasil já teve".

Em uma coletiva de imprensa antes do jantar, Tarcísio disse a jornalistas que apenas pessoas próximas participariam do evento.

Tarcísio Gomes de Freitas, atual governador de São Paulo e à época ministro de Infraestrutura no governo de Jair Bolsonaro, em reunião com o então governador de São Paulo, João Doria
Tarcísio Gomes de Freitas, atual governador de São Paulo e à época ministro de Infraestrutura no governo de Jair Bolsonaro, em reunião com o então governador de SP, João Doria - Divulgação/Edsom Leite/Ministério da Infraestrutura

"Resolvi, vou fazer um jantar para o meu amigo Roberto, com poucos amigos, gente do meu convívio, que trabalhou com a gente no governo", disse.

Além dele, também participou do jantar Rodrigo Garcia, que sucedeu Doria no Governo de São Paulo após este renunciar para participar da corrida presidencial em 2022.

À Folha Doria disse que foi recebido com delicadeza por Tarcísio no jantar e teceu elogios à gestão atual do estado. "Tarcísio está fazendo um ótimo governo e fico feliz que ele esteja dando continuidade a várias políticas iniciadas na minha gestão."

O convite de Tarcísio a Doria acontece após um aceno do governador de São Paulo a outro grupo rival do bolsonarismo.

Na semana passada, Tarcísio disse durante um evento que só tem a agradecer à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) pelo tempo em que trabalharam juntos quando ele foi diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

"Trabalhei com a presidente Dilma, sem termos alinhamento político, ela sempre foi muito respeitosa comigo e eu com ela. E deu muito certo", afirmou o político.

Depois, no fim de semana, em um evento empresarial em Guarujá, o governador enfatizou que é bolsonarista, após ser provocado pelo jornalista William Waack, que mediava a conversa, a dizer se era bolsonarista.

"A primeira pergunta que a gente tem que saber é o que é ser bolsonarista. Eu sou bolsonarista, vou continuar sendo bolsonarista. Isso significa que eu sou conservador, sou liberal e acredito em um Brasil que vai ter economia de mercado", afirmou.

A declaração foi dada num momento em que Tarcísio sofre críticas de aliados do ex-presidente, que o pressionam por provas mais explícitas de lealdade.

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