Descrição de chapéu Eleições 2024

Valdemar tenta tirar Marçal da eleição em SP e convencê-lo a disputar Senado pelo PL

Presidente da sigla diz à Folha que não tem força para demovê-lo da campanha, mas que gostaria de vê-lo no partido

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São Paulo

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tenta desmobilizar o coach Pablo Marçal (PRTB) de concorrer à Prefeitura de São Paulo, afirmando que o partido abraçaria uma eventual candidatura do empresário ao Senado em 2026.

Pedro Ladeira - 18.jul.2023/Folhapress
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

A conversa foi mencionada por Valdemar em reunião de trabalho com deputados e prefeitos da legenda, no último sábado (15), na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Conforme narrou Valdemar aos integrantes do partido, ele disse ao empresário que a sigla estava fechada com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela reeleição na cidade de São Paulo e que era muito cedo para o coach disputar a prefeitura.

Afirmou que seria melhor construir uma candidatura ao Senado para 2026 e que haveria a possibilidade de o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro apoiá-lo. Marçal chegou a se lançar pré-candidato ao Planalto em 2022.

"Não tenho força para tirá-lo da campanha", disse Valdemar à Folha após a publicação da reportagem. "Espero no futuro convencê-lo a vir para o Senado." O presidente da sigla afirmou que gostaria que ele concorresse pelo PL.

Nesta sexta-feira, logo após a reportagem ter sido publicada, Marçal foi às suas redes sociais e reagiu à iniciativa de Valdemar.

"Os 'maquinistas' estão me oferecendo até a Presidência da República para deixar a Prefeitura de São Paulo", escreveu em suas redes sociais, em postagem na qual incluiu reprodução da reportagem da Folha. "O que iremos fazer com isso? Que acordo é esse do centrão?", escreveu ainda Marçal.

Em 2026, haverá duas vagas abertas no Senado para cada estado e o DF. Em São Paulo, uma delas deverá ser disputada pelo PL com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).

A outra está em discussão —integrantes do partido dizem que uma possibilidade é que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que conversa sobre a transferência para a sigla, indique seu secretário de Segurança, o deputado federal Guilherme Derrite (PL).

O deputado federal Ricardo Salles (PL), cuja pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo foi preterida pela legenda em prol de Nunes, também está na disputa interna.

Aliados do prefeito, incluindo Tarcísio, estão preocupados com a ascensão de Marçal, que pontuou entre 7% e 9% em diferentes cenários testados pelo Datafolha e tem simpatia de deputados bolsonaristas, apesar do apoio do ex-presidente Bolsonaro à candidatura de Nunes.

O governador já afirmou a aliados que é preciso estancar o crescimento do coach e chegou a dizer publicamente que o prefeito deveria agilizar a indicação da vice.

Tarcísio passou a defender que Nunes anunciasse rapidamente a escolha do ex-Rota Ricardo Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro para o posto. O anúncio ocorreu nesta sexta.

Nunes esteve presente nessa reunião de sábado do PL. Chegou a brincar com a deputada estadual Dani Alonso (PL), dizendo para ela "parar de graça". Ela é amiga de longa data de Marçal, que a apoiou na campanha de 2022, e chegou a organizar uma reunião entre ele e deputados do partido na Alesp.

O encontro foi oficialmente derrubado depois que Nunes decidiu acatar o vice indicado por Bolsonaro para sua chapa. Ainda assim, Marçal visitou a Assembleia na terça-feira (18) e participou de uma conversa no gabinete de Dani Alonso, com a presença de deputados bolsonaristas, do deputado Leo Siqueira (Novo) e do deputado Rafael Saraiva (União Brasil).

Deputados alinhados a Bolsonaro dizem que respeitam seu apoio a Nunes e que irão segui-lo, mas enxergam similaridade de pautas com Marçal e afirmam que o prefeito não compartilha valores ideológicos importantes para o bolsonarismo.

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