Pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (27) mostra um empate técnico na liderança da disputa pela Prefeitura de São Paulo, com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em vantagem numérica.
De acordo com o levantamento, Nunes tem 22% das intenções de voto, contra 21% de Guilherme Boulos (PSOL) e 17% de José Luiz Datena (PSDB). Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, a situação atual configura um empate entre eles.
No segundo pelotão estão Pablo Marçal (PRTB), com 10%, e Tabata Amaral (PSB), com 6%, seguidos por Marina Helena (Novo), com 4%, e Kim Kataguiri (União Brasil), com 3%.
João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP) têm 1% cada, e outros candidatos não pontuaram. Disseram que estão indecisos 7%, e 8% afirmaram que votam em branco ou em nulo.
Na pesquisa espontânea, o eleitor da cidade de São Paulo se mostra ainda muito distante da definição de seu voto para as eleições de outubro.
Nela, quando o entrevistado não é estimulado com uma lista de pré-candidatos, 72% se dizem ainda indecisos sobre o voto. Boulos marca 10%, contra 8% de Nunes e 3% de Marçal.
A empresa de pesquisa e consultoria entrevistou presencialmente 1.002 pessoas com 16 anos ou mais na cidade de São Paulo de sábado (22) a terça-feira (25). O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número SP-08653/2024.
Foram testados ainda quatro outros cenários de possíveis candidatos. Em um deles, sem Marçal, Nunes tem 25%, ante 23% de Boulos e 19% de Datena. Tabata registra 8%, enquanto Kim marca 5%, e Marina Helena, 4%.
Em outro, com o deputado do MBL fora da disputa, o emedebista marca 24%, e Boulos, 23%. Datena vai a 16%, Marçal chega a 11%, e Tabata, a 8%. Marina Helena marca 5%.
Este cenário leva em conta a dificuldade de Kim de encabeçar uma chapa pela União Brasil, cujo principal líder na capital paulista é Milton Leite, presidente da Câmara Municipal e aliado do atual mandatário.
Um terceiro cenário alternativo, sem Datena e Kim, também foi testado pela Quaest. Neste, Nunes chega a 28%, enquanto Boulos vai a 24%. Marçal registra 13%, e Tabata, 10%. Marina Helena, ao fim, marca 6%. A simulação considera o histórico de desistências do apresentador em eleições, quatro ao todo.
Por último, em uma conjuntura com Kim disputando o cargo, mas Datena e Marçal fora, o prefeito chega a 30%, e o deputado do PSOL vai a 25%. Tabata registra 10%, empatada tecnicamente com Marina Helena, que tem 8%, e o congressista do MBL fica com 5%.
Foram testadas ainda situações de eventuais segundos turnos na capital paulista. Em quatro delas, Nunes, que busca a reeleição, venceria —contra Boulos (46% do prefeito a 34% do psolista), Marçal (48% a 22%), Tabata (46% a 27%) e Datena (43% a 34%).
Em outros dois cenários, é testado o aliado de Lula (PT). Boulos ganharia de Marçal por 41% a 30% e perderia para Datena, por 43% a 35%.
A Quaest também mostra que 50% afirmam querer que o próximo prefeito de São Paulo seja independente, contra 29% dos que defendem um chefe do Executivo municipal aliado de Lula, e 19% dos que querem um apadrinhado de Jair Bolsonaro (PL).
Após a divulgação da pesquisa Nunes afirmou à rádio CBN receber a pesquisa com alegria por liderar as intenções de voto. Disse ainda que a população passou a reconhecer o resultado das obras e iniciativas realizadas em seu mandato.
"Recebo a pesquisa com dois principais sentimentos, alegria e humildade. Alegria por estar liderando, ainda mais na questão de segundo turno, contra todos os candidatos, eu apareço na frente com mais de 10%. E a humildade por saber que a gente ainda tem muita coisa para fazer. Temos muito trabalho ainda pela frente e a percepção que se tem é de que a população a cada dia vai reconhecendo os avanços que a gente vai ter em São Paulo", ressaltou o prefeito.
A assessoria de Boulos afirmou haver equilíbrio na disputa, como mostram outros levantamentos, e citam liderança no voto espontâneo, onde o psolista registrou 10%, ante 8% de Nunes —Datena não chegou a pontuar 1% nesta modalidade.
"Mais um sinal de que o paulistano, em sua maioria, quer mudança pra cidade. Apesar de milhões em propaganda e do uso da máquina com obras eleitoreiras, a população sente que seus principais problemas não estão sendo resolvidos."
Ainda, o PSDB divulgou nota para afirmar que Datena "ficou entusiasmado com o resultado e agradecido ao eleitor da cidade". Num áudio distribuído pelo partido, o apresentador fez um discurso contra a criminalidade e prometeu, se eleito, investir em saúde e educação "para o pobre".
"Essa pesquisa [...] só aumentou a minha vontade de ser prefeito de São Paulo. Ficou claro que a cidade procura uma alternativa", disse. "Eu quero ser prefeito para acabar com essa bandalheira, e a população, pelo jeito, também quer. Não tem volta atrás, não tem recuo, acabou pra eles", completou.
Datena apresentou nesta quinta seu programa na Band, mas informou que está entrando de férias —pela lei, ele só poderia ficar no ar até sábado (29).
O levantamento da Quaest é financiado pela corretora de investimentos digital Genial Investimentos, controlada pelo banco Genial.
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