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Em sabatina Folha/UOL, Boulos é impreciso ao defender ineditismo de Poupatempo da Saúde

Serviços que candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo citou já são oferecidos em centro de mesmo nome em Santo André

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São Paulo

O deputado federal e candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) participou da sabatina Folha/UOL em 9 de setembro. Além dele, oito concorrentes participaram desta rodada de entrevistas: Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), Ricardo Nunes (MDB), Altino Prazeres (PSTU), Ricardo Senese (UP), João Pimenta (PCO), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo).

Assim como outros sabatinados, Boulos também fez algumas afirmações incorretas ao falar de seus planos para a capital paulista. O psolista foi impreciso, por exemplo, ao insistir que o Poupatempo da Saúde proposto por ele seria inovador. A jornalista Raquel Landim, do UOL, perguntou ao candidato se a inspiração dele viria do Poupatempo da Saúde de Santo André, e Boulos respondeu que seu projeto é inédito.

"Ele é uma junção inédita de o que seria uma policlínica, vamos dizer assim, um atendimento de médicos especialistas (...) e também no mesmo lugar um centro diagnóstico, onde vai estar disponível todos os exames, desde exames mais simples, mas que a fila em São Paulo também aumentou, como é o caso de endoscopia, até exames mais complexos como tomografia e ressonância magnética, que têm um custo mais alto", ele afirmou. Boulos também comentou que seu plano prevê 16 unidades do Poupatempo da Saúde.

Depois, Landim disse que "a ideia é muito boa, mas ela é muito parecida com o que já é feito em Santo André" e, sobre isso, Boulos afirmou: "A informação que eu tenho e o conhecimento que eu tenho da experiência de Santo André não é essa junção de centro diagnóstico com consulta de especialista no mesmo espaço de forma descentralizada". Mas o Poupatempo da Saúde de Santo André, inaugurado em fevereiro deste ano, oferece serviços de consultas, exames e diagnósticos, como afirmou a Secretaria de Saúde da cidade à Folha. "O equipamento conta com 53 consultórios e atende aproximadamente 35 especialidades médicas", disse o órgão. Entre os exames realizados no local, estão os citados por Boulos: endoscopia, tomografia e ressonância.

Sobre o candidato dizer que uma diferença seria a descentralização do serviço, a afirmação não faz sentido, já que Santo André tem aproximadamente 750 mil habitantes, segundo o Censo do IBGE de 2022 e, São Paulo, 11,45 milhões --cada uma das unidades propostas pelo psolista na capital paulista atenderia cerca de 715 mil pessoas.

Ainda na saúde, Boulos também derrapou ao relembrar legados de aliadas políticas na prefeitura. Acertou ao afirmar que o Hospital do Campo Limpo foi construído na gestão de Luiza Erundina (PSOL), prefeita da capital paulista de 1989 a 1992. Até houve uma tentativa de Paulo Maluf polemizar, em 2000, a "paternidade" desse e de outros hospitais, mas a Secretaria da Saúde afirmou, na época, que as obras foram concluídas na gestão de Erundina.

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos - Bruno Santos - 1.set.2024/Folhapress

Mas Boulos errou ao dizer que o Hospital M’Boi Mirim foi construído durante a gestão de Marta Suplicy (PT), atual candidata à vice em sua chapa e prefeita de São Paulo de 2001 a 2004. Ao contrário do que ele disse, o início das obras aconteceu em abril de 2005, quando ela já havia saído da prefeitura e José Serra (PSDB) assumido.

A "paternidade" do centro hospitalar foi tema recorrente na disputa entre o tucano e a ex-prefeita na campanha da sucessão da prefeitura em 2004, assim como nos pleitos seguintes, em trocas de farpas também com Gilberto Kassab, que assumiu a prefeitura em 2006 e inaugurou o hospital em 2008. Naquele ano, o próprio programa de governo de Marta afirmou que ela havia deixado as bases para a construção do M´Boi Mirim prontas, o que é diferente de "ter construído", como afirmou Boulos na sabatina.

A reportagem procurou a assessoria do candidato, mas não houve resposta até a publicação deste texto.

O candidato disse a verdade sobre a preferência da capital paulista nas eleições de 2022 pelo mesmo espectro defendido por ele. O presidente eleito Lula (PT) recebeu 53,54% ante 46,46%, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas urnas paulistanas.

O atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu 54,41% dos votos da capital para governar o estado no segundo turno. Mas, foi superado no pleito geral por Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governador terminou com 45,59% dos votos da metrópole.

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