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Lula critica falta de diversidade no Judiciário e fala em 'supremacia branca' em tribunal; veja vídeo

Presidente elogiou perfil de turma de preparação de diplomatas e comparou com composição da Justiça

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Brasília

O presidente Lula (PT) afirmou ter visto "supremacia branca" ao participar de uma posse de ministro em um tribunal. O chefe do Executivo não especificou a qual solenidade estava se referindo.

O comentário foi feito durante cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco, a escola de preparação de diplomatas, nesta segunda-feira (16), em Brasília. Lula elogiou a diversidade da turma e fez a comparação com a composição do Judiciário.

"Nesses dias, eu fui a uma posse de um ministro em um tribunal e era uma supremacia branca que não tem nada a ver com a realidade brasileira. Não tem nada a ver", afirmou Lula.

O presidente Lula, durante cerimônia de formatura nesta segunda-feira (16), em Brasília - Gabriela Biló/Folhapress

O presidente brincou dizendo não ter visto qualquer aluno do ProUni (Programa Universidade para Todos) ou do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) na posse mencionada, em referência aos programas de acesso ao ensino superior. "Parecia que era um outro mundo."

"Vocês não imaginam o orgulho que eu tenho em saber que essa turma é a que tem mais mulher e a que mais tem gente negra. É extraordinário porque assim a gente vai colocando o Brasil em todas as suas representações", disse.

De acordo com dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), os tribunais superiores brasileiros têm 22% de ministras mulheres. São 41 de um universo de 185 magistrados. As informações consideram o STJ (Superior Tribunal de Justiça), o TST (Tribunal Superior do Trabalho), o STM (Superior Tribunal Militar) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nesses, são 144 homens.

Em 2 de julho, o ministro Fabrício Gonçalves tomou posse no TST. Em novembro do ano passado, Teodoro Silva Santos, Afrânio Vilela e Daniela Teixeira foram empossados no STJ. Todos foram indicados por Lula. Há ainda duas vagas abertas ao STJ, uma destinada à Justiça Federal e outra ao Ministério Público.

Até o momento, Lula fez duas indicações de homens ao STF (Supremo Tribunal Federal), para as vagas que antes eram ocupadas de uma mulher e um homem. Para a cadeira que era de Rosa Weber, o presidente indicou Cristiano Zanin, que era foi advogado na Operação Lava Jato. Para substituir Ricardo Lewandowski, Lula escolheu Flávio Dino, que se autodeclara pardo.

Com as escolhas do presidente, o STF tem agora apenas uma mulher na composição, a ministra Cármen Lúcia.

Em seus dois primeiros mandatos, Lula indicou uma mulher e um homem negro: Cármen e Joaquim Barbosa. Ele teve seis indicações.

A ministra Rosa Weber foi indicada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2011. Desde então, foram mais cinco indicações de homens pelas gestões petistas —Teori Zavascki, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Zanin e Dino. Ainda, Alexandre de Moraes foi indicado por Michel Temer e Kassio Nunes Marques e André Mendonça, por Jair Bolsonaro.

No mesmo evento nesta segunda, Lula também afirmou que o Brasil vive um momento inédito de importância no mundo, em decorrência das discussões sobre a transição energética e a transição climática.

"Nunca o mundo viu o Brasil com tanta importância, não é só pelo agronegócio, não só pelo minério de ferro, nem só por causa da soja e não só pela carne. É porque o Brasil, em se tratando de energia, é um país imbatível. Basta que a gente seja grande, pense grande, acorde e transforme esse sonho em realidade", completou.

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