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No Roda Viva, Marçal desinforma ao falar de pagamento por posts e de caso em que foi condenado

Candidato do PRTB foi o terceiro convidado do programa, que recebe Ricardo Nunes no dia 9

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São Paulo

Na terceira entrevista com candidatos à Prefeitura de São Paulo no Roda Viva, da TV Cultura, o convidado foi o influenciador Pablo Marçal (PRTB). Já participaram José Luiz Datena (PSDB), Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL), e, na próxima segunda-feira (9), o sabatinado será o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Assim como os primeiros candidatos, o autointitulado ex-coach também citou dados incorretos e fez declarações falsas durante o programa.

Marçal mentiu, por exemplo, ao falar sobre a suspensão de seus perfis nas redes sociais por decisão do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), em ação movida pelo PSB que pede sua condenação por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Ao comentar o caso, ele negou que tenham ocorrido pagamentos em competições de postagem de cortes de vídeos dele durante os períodos pré e eleitoral.

Pablo Marçal está sentado em um sofá em um estúdio de televisão, vestindo um blazer escuro e uma camiseta. Ele está fazendo um gesto com a mão. Ao fundo, uma mulher está em pé, aparentemente apresentando algo, com um cenário moderno e uma tela visível.
O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura - Nadja Kouchi - 2.set.2024/TV Cultura/Divulgação

Além de prints de grupo do candidato no Discord com o regulamento das competições, incluídos em ação contra ele na Justiça, mostrarem regras para os pagamentos, o juiz confirmou a existência deles. "Conste que há documento demonstrando que um dos pagamentos proveio de uma das empresas pertencentes ao requerido Pablo, o que pode configurar uma série de infrações", escreveu o magistrado na ação.

Outro erro de Marçal foi ao comparar o fluxo de turistas internacionais no Brasil e na Torre Eiffel, monumento pago mais visitado do mundo, em Paris. Ao falar de sua proposta de construir em São Paulo o maior prédio do planeta, de 1 km de altura, ele disse que o Brasil recebe menos viajantes internacionais que a atração francesa. Mas, no ano passado, a torre recebeu 5,2 milhões de visitantes não franceses, segundo o UOL, enquanto viajaram para o Brasil 5,9 milhões de não brasileiros, de acordo com a Embratur.

As desinformações não pararam aí. O empresário afirmou erroneamente que sua condenação, em 2010, por furto qualificado, prescreveu porque ele era réu primário. Na verdade, a pena foi extinta em 2018 por prescrição retroativa, baseada no tempo da penalização aplicada e no período decorrido entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença.

Ele também desinformou ao afirmar que a esquerda não quer que a população entenda de investimento "porque o próprio presidente Lula falou que quem ganha mais de R$ 4.000 não vota" em partidos como o PT. Como o Comprova já mostrou, Lula falou, em mais de uma ocasião, que a pessoa que ascende socialmente deixa de votar na legenda porque o PT não aprendeu a conversar com ela.

Entre os acertos de Marçal no Roda Viva está a declaração de que não tem tempo de TV e rádio. Segundo o TSE, o PRTB não tem direito à propaganda no horário eleitoral gratuito devido à cláusula de barreira, que exclui siglas que não tenham representantes na Câmara de Deputados.

Marçal também acertou ao dizer que menos de 38% das crianças de até 7 anos foram alfabetizadas na cidade. De acordo com o indicador "Criança Alfabetizada", lançado no ano passado pelo Ministério da Educação, 37,9% dos alunos da rede municipal estão alfabetizados.

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Colaboraram Luisa Alcantara e Silva e Gustavo Luiz, de São Paulo

Checamos

É um projeto dedicado ao combate da desinformação nas redes sociais patrocinado pela Philip Morris Brasil.

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