Google vai cobrar de fabricantes de smartphones da Europa por Google Play

Há três meses, UE multou a companhia em mais de R$ 18 bilhões por prejudicar concorrência

Bruxelas | Reuters

O Google cobrará dos fabricantes de smartphones uma taxa de licenciamento pelo uso de sua  loja de aplicativos Google Play e também permitirá que eles usem versões concorrentes do sistema operacional Android para cumprir uma determinação de defesa da concorrência da UE.

Subsidiária da Alphabet, o Google anunciou as mudanças na terça-feira (16), três meses depois de a Comissão Europeia ter aplicado uma multa histórica de US$ 5 bilhões (R$ 18,5 bilhões) contra a empresa por usar o Android para criar dificuldades aos concorrentes.

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Mascote do Android, sistema operacional do Google - Reuters

A empresa disse que as taxas de licenciamento compensarão a perda de receita como resultado dos esforços de conformidade.

"A pré-instalação do Google Search e do Chrome junto dos nossos outros aplicativos nos ajudou a financiar o desenvolvimento e a distribuição gratuita do Android. Apresentaremos um novo contrato de licenciamento pago para smartphones e tablets enviados para o Espaço Econômico Europeu (EEA, na sigla em inglês)", afirmou Hiroshi Lockheimer, presidente de plataformas e ecossistemas, disse em um blog.

O Espaço Econômico Europeu compreende os 28 países da UE, além da Islândia, Liechtenstein e Noruega.

Fabricantes que utilizam o Google Play e outros serviços do Google, como o Gmail, o YouTube e mapas, também podem instalar o aplicativo de pesquisa do Google e o navegador Chrome gratuitamente.

"Os parceiros Android que desejam distribuir os aplicativos do Google também podem criar smartphones e tablets não compatíveis ou bifurcados para a EEA", disse Lockheimer.

As alterações serão aplicadas em 29 de outubro para todos os novos smartphones e tablets vendidos no EEA.

Autoridades antitruste da UE disseram em sua decisão de julho que o comportamento anticoncorrencial do Google, que data de 2011, incluiu forçar fabricantes de smartphones a pré-instalar o Google Search e seu navegador Chrome junto com sua loja de aplicativos Google Play em seus dispositivos Android.

Outra tática ilegal envolvia pagamento aos fabricantes para pré-instalar apenas o Google Search e impedi-los de usar sistemas Android concorrentes.

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