Megafeira de tecnologia nos EUA troca ousadia pelo futuro imediato

CES substitui apresentações pomposas por demonstrações práticas do que já está disponível

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Las Vegas

As grandes empresas passam por um momento de tensão em Las Vegas.

A edição 2019 da feira de tecnologia CES consolida as inovações exibidas nos últimos anos. É o momento de colocá-las no mercado e enfrentar os problemas decorrentes disso.

Apresentações pomposas são substituídas por demonstrações práticas dos produtos.

Segundo Gary Shapiro, presidente da CES, haverá representantes de 155 países visitando a feira até esta sexta-feira (11), a maioria atrás de bons negócios.

O desafio é convencê-los de que uma TV 8K de altíssima resolução será mesmo um objeto de desejo, e não um fracasso comercial como as telas curvas 4K exibidas em 2014 e lançadas no ano seguinte.

As montadoras também não ousam em seus estandes. Em busca de consolidar os carros elétricos, tentam mostrar que podem ser mais práticas do que parecem.

"A popularização dos automóveis elétricos ainda não aconteceu, isso só virá quando uma nova geração de baterias for lançada", afirma Darren Palmer, diretor global de produtos elétricos da Ford.

"Existem muitos fatores que devem ser levados em conta, como o uso diário e de quanta autonomia o consumidor precisa para não ter medo de ficar sem carga", diz Palmer.

Para o executivo, a popularização do carro elétrico fará os consumidores pensarem em gerar sua própria energia para não ficarem parados. 

"Eu me mudei para os Estados Unidos há um ano e meio. Na Europa, não tive nenhum corte de energia em 20 anos. Aqui, tive três nesses 18 meses", conta o executivo.

Enquanto lida com problemas presentes, a Ford apresenta o sistema C-V2X, que vai conectar carros, pedestres e sinalização viária a partir de 2022.

O objetivo é melhorar a fluidez e reduzir acidentes, mas ainda há muitas questões a serem definidas.
O carro vai usar sinal de telefonia para perceber que há alguém se deslocando distraidamente próximo à via, mas depende de sensores para detectar uma pessoa que esteja sem seu smartphone ou mesmo um animal solto na rua.

Outras empresas mostram em vídeos e maquetes virtuais como a velocidade da internet 5G vai possibilitar uma melhor fluidez em cidades inteligentes, mas sem exagerar nas simulações com carros autônomos ou drones entregando coisas.

Nos estandes com eletrodomésticos conectados a assistentes pessoais, atendentes fazem jogos com o público e tentam mostrar como uma lavadora comandada via Siri, Alexa ou Bixby pode ser útil no dia a dia.

Tudo muito curioso, mas distante dos sonhados robôs que colocariam as roupas na máquina e depois cuidariam de passá-las e guardá-las.

A feira de 2019 pertence ao futuro quase imediato, que começa em poucos meses e carece mais de regulamentações e da aceitação pública do que de recursos hi-tech.

O jornalista viajou a convite da Ford

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