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PlayStation VR2 é obra de arte tecnológica inacessível para a maioria

Preço e limitações tecnológicas ainda são obstáculos para popularização da realidade virtual

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São Paulo

O PlayStation VR2 será um dos mais avançados dispositivos de realidade virtual quando chegar às lojas na próxima quarta (22). Ainda assim, o periférico do PlayStation 5 ficará restrito a um público de entusiastas da tecnologia devido às suas limitações e ao preço.

A novidade que mais impressiona é a tecnologia de rastreamento ocular. Com a capacidade de detectar para que ponto o jogador está olhando, o sistema se aproxima de algo como um leitor de pensamento. Basta olhar para um item de um menu, por exemplo, para o aparelho entender que você quer selecioná-lo, sem nenhum comando extra.

Mais do que isso, a tecnologia otimiza a performance do equipamento, dando prioridade para a renderização de gráficos nas áreas para as quais o usuário está olhando. Além disso, possibilita que o software faça um ajuste fino dos comandos do jogador. Essa capacidade pode ser importante em jogos de realidade virtual, em especial naqueles com comandos por detecção dos movimentos, que muitas vezes pecam pela falta de precisão.

Nesse ponto, outra boa novidade da Sony é a introdução dos controles PlayStation VR2 Sense. Contam com um sistema de detecção de posicionamento dos dedos e funcionalidades já presentes no DualSense (controle tradicional do PlayStation 5), como níveis variados de vibração e gatilhos que ficam mais firmes dependendo da situação apresentada no jogo.

Assim como no DualSense, os controles têm bateria interna. Nos testes realizados pela reportagem, ela durou cerca de cinco horas.

Em termos gráficos, o novo aparelho da Sony representa um salto em relação ao seu antecessor, o PlayStation VR, lançado em 2016 para o PlayStation 4. Cada uma das duas telas presentes no visor do equipamento é capaz de reproduzir vídeos em resolução 2.000 x 2.040, contra 960 x 1.080 no modelo anterior, com um ângulo de visão de 110°, 10% maior que o do aparelho antigo.

Essas novidades, somadas à capacidade de vibração do headset e à compatibilidade com tecnologias de áudio em 3D, ajudam a ampliar a sensação de imersão do usuário. Mas limitações tecnológicas e a sensação de desconforto com o aparelho ainda existem e atrapalham um pouco a experiência.

O PlayStation VR 2 tem quatro câmeras integradas e, diferentemente de seu antecessor, dispensa o uso de uma câmera externa. No entanto, o novo equipamento ainda precisa estar ligado ao console por um cabo USB.

Como alguns dos melhores games de realidade virtual obrigam o jogador a se virar para os lados diversas vezes, o fio invariavelmente se enrola nas pernas do usuário e pode movimentar o headset, tirando-o da posição ideal e interrompendo a imersão no mundo da realidade virtual.

É um problema já solucionado por equipamentos concorrentes, como o Meta Quest 2. Ainda que o aparelho da dona do Facebook não tenha a mesma capacidade gráfica do PlayStation VR2, a troca por uma maior liberdade de movimentação é justificada.

Uma bem pensada adição ao equipamento da Sony é um botão localizado na parte de baixo do headset que pausa o jogo e exibe o entorno do usuário na tela do aparelho. Com isso, é possível fazer pausas rápidas (por exemplo, para pegar um copo d’água) sem precisar tirar o equipamento da cabeça.

Um pouco mais leve (560 g a 600 g) e com mais opções de ajustes da lente, o periférico da Sony também apresenta melhorias na comparação com o PlayStation VR em relação ao conforto, mas ainda está longe do ideal.

O suporte em formato de halo do headset dá um interessante visual futurista ao aparelho, mas pressiona a testa, chegando a deixar uma marca vermelha na pele após algumas horas de uso. Além disso, é comum sentir o equipamento esquentar.

O maior pecado do PlayStation VR2, no entanto, é o custo.

O equipamento chega ao Brasil com preço sugerido de R$ 4.499,90 em sua versão mais barata, mesmo preço de um console PlayStation 5 (na versão com suporte a mídia física), e 50% mais caro que o Meta Quest 2 —o aparelho não foi lançado oficialmente no Brasil, mas é possível achá-lo à venda na internet por valores que rondam os R$ 3.000.

Além disso, o aparelho não é compatível com os mais de 400 jogos já disponíveis para o PlayStation VR. Com isso, o usuário que já tem jogos para o periférico antigo pode ter que comprar uma segunda versão do game para utilizá-lo no novo equipamento –algumas desenvolvedoras, no entanto, afirmam que irão liberar atualizações de seus jogos para o PlayStation VR2 de forma gratuita ou com custo reduzido.

A Sony afirma que terá mais de 30 títulos disponíveis para o novo periférico no lançamento, entre eles uma versão expandida de "Star Wars: Contos dos Limites da Galáxia", "Jurassic World Aftermath Collection" e o exclusivo "Horizon Call of the Mountain", título desenvolvido para demonstrar toda a capacidade do equipamento.

Ficha técnica

PlayStation VR2

Fabricante: Sony

Visor: Duas telas (uma para cada olho) OLED HDR com resolução 2000 x 2040 , com taxa de atualização de 90 Hz/120 Hz

Campo de visão: Aproximadamente 110°

Câmeras: Quatro integradas, para rastreamento do headset e do controle, e duas infravermelho, para detecção do movimento dos olhos

Entrada de áudio: Microfone embutido

Saída de áudio: Conector de fone de ouvido estéreo

Ligação com o console: Cabo de 4,5 m com saída USB Tipo C

Peso: Cerca de 560 g (excluindo cabos)

Dimensões (LxAxC): 21,2 x 15,8 x 27,8 cm

Preço sugerido: R$ 4.499,90

A Sony cedeu antecipadamente um PlayStation VR2 para a realização deste texto.

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