Descrição de chapéu Inteligência artificial

Carta de Musk e cientistas sobre pausa na IA gera debate

Também assinam a carta Steve Wozniak, cofundador da Apple, e o escritor Yuval Harari

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Joseph Boyle
AFP

A carta pública assinada pelo magnata Elon Musk e por centenas de especialistas para interromper o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) provocou um debate entre acadêmicos nas redes nesta quinta-feira (30).

Os vertiginosos avanços da IA levaram Musk, fundador da gigante dos carros elétricos Tesla e atual dono do Twitter, a assinar essa carta, diante do que ele chama de "dramática perturbação econômica e política (especialmente para a democracia) que a IA causará".

Apesar de a carta, publicada no site futureoflife.org, ter sido assinada por pensadores independentes, como o historiador Yuval Noah Harari, ou o cofundador da Apple, Steve Wozniak, alguns acadêmicos protestam contra o que consideram uma má interpretação da discussão.

Logo do Twitter e Elon Musk aparecem no mesmo quadro a partir de um efeito visual. Elon Musk é um homem branco, de cabelos castanhos. O logo do Twitter é um pássaro azul.
Logo do Twitter e Elon Musk aparecem no mesmo quadro a partir de um efeito visual. - Dado Ruvic/Reuters

Timnit Gebru, uma pesquisadora especializada em ética da inteligência artificial, escreveu um artigo acadêmico que foi citado na carta e manifestou sua insatisfação com o uso que se fez do texto.

"Eles basicamente dizem o contrário do que dissemos e citamos em nosso artigo", critica.

A outra autora do artigo, Emily Bender, descreve a carta aberta como uma "confusão".

"Nos últimos meses, vimos laboratórios de IA se lançarem em uma corrida descontrolada para desenvolver e implantar cérebros digitais cada vez mais poderosos que ninguém, nem mesmo seus criadores, pode entender, prever, ou controlar com segurança", dizem Musk e os especialistas.

O diretor da Open AI, que projetou o ChatGPT, Sam Altman, admitiu que tem "um pouco de medo" de que seu algoritmo seja usado para "desinformação em larga escala, ou para ciberataques".

As acadêmicas Gebru e Bender afirmam, no entanto, que o perigo da IA é "a concentração de poder nas mãos de pessoas, a reprodução de sistemas de opressão, o dano ao ecossistema da informação".

Um dos signatários da carta aberta, Emad Mostaque, fundador da empresa britânica Stability AI, afirmou se retratar da demanda de uma moratória de seis meses.

"Não acho que um hiato de seis meses seja a melhor ideia", disse ele no Twitter.

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