Como um centro de Recife investirá R$ 1,6 milhão em IA generativa no Brasil

Instituição quer avançar em pesquisas de uso na educação e desenvolvimento de softwares

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Recife

O Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) anunciou nesta semana que fará um investimento de R$ 1,6 milhão em pesquisa em IA (Inteligência Artificial) generativa no Brasil.

O dinheiro será direcionado a pesquisas aplicadas, elaboração de artigos, criação de cursos de extensão e especialização sobre o tema e oficinas para profissionais da área. Também será lançado um prêmio sobre criatividade em IA.

"Um dos cursos de extensão no nosso radar é o de engenharia de prompt, o desenvolvimento de quem conversa com a IA generativa", explica César França, head da área de conhecimento da instituição.

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Ambiente do Cesar, centro de pesquisa em tecnologia, no Recife - Divulgação

A IA generativa é capaz de criar, por conta própria, conteúdos como textos, imagens, vídeos e códigos de programação, entre outras coisas. Um dos exemplos da tecnologia é o ChatGPT, que ganhou espaço nos últimos meses, por ser gratuito e dar respostas elaboradas e rápidas aos usuários, que fazem perguntas em formato de bate-papo.

Já entre os temas de pesquisa, haverá destaque para analisar como a nova tecnologia poderá ser usada na criação de softwares e na educação. A instituição vem estudando como o uso de IA pode aumentar a produtividade dos desenvolvedores, por exemplo.

"Como que a gente vai fazer agora para avaliar os estudantes por uma prova escrita online considerando que eles tenham acesso agora à uma tecnologia que pode escrever por eles? Como a gente incorpora essa tecnologia para fazer os estudantes aprenderem?", questiona França.

O Cesar é um centro de pesquisa em tecnologia que também oferece cursos universitários. Além do investimento, a entidade lançou um artigo sobre o tema nesta semana, no qual defende que as pesquisas na área devem priorizar avanços no desenvolvimento de programas e na área da educação.

Especialistas do Cesar que pesquisam IA há anos apontam que o avanço do ChatGPT sinaliza uma aceleração na velocidade das mudanças na tecnologia.

"Normalmente, criamos um curso uma vez e o usamos por dois a três anos. Agora, para cada novo semestre, temos que jogar tudo fora e reconstruir todo o conteúdo programático. A velocidade da mudança nos domínios que ensinamos é tão rápida que é muito difícil acompanhar", disse Giordano Cabral, professor da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e presidente do conselho do Cesar.

A entidade lançou um artigo com avaliações sobre a nova tecnologia e como lidar com ela.

"Estamos indo, rapidamente, em direção a uma nova realidade, onde nenhuma empresa em quase nenhum setor poderá competir e sobreviver sem ter, em seu time, pessoas capazes de programar com ferramentas low code/no code apoiadas por IA", disse Eduardo Peixoto, CEO do Cesar.

O jornalista viajou a convite do Cesar.

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