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Para fundador da OpenAI, regulamentação da inteligência artificial é essencial, mas com flexibilidade

Sam Altman faz seu primeiro depoimento ao Congresso dos Estados Unidos nesta terça (16)

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Cristina Criddle
Londres | Financial Times

O CEO da OpenAI, Sam Altman, diz aos legisladores norte-americanos na terça-feira (16) que a regulamentação da inteligência artificial precisa permitir que as empresas sejam flexíveis e se adaptem aos novos desenvolvimentos tecnológicos, já que o setor enfrenta um crescente escrutínio das autoridades regulatórias em todo o mundo.

Altman, cuja empresa criou o chatbot de inteligência artificial ChatGPT, dirá que "a regulamentação da inteligência artificial é essencial", ao depor pela primeira vez perante o Congresso.

Seus comentários surgem no momento em que autoridades regulatórias e governos de todo o mundo intensificam seu exame da tecnologia em rápido desenvolvimento, em meio a preocupações crescentes sobre seus possíveis abusos.

Sam Altaman, CEO da OpenAI, testemunha em audiência sobre inteligência artificial no Capitólio, em Washington - Elizabeth Frantz - 16.mai.2023/Reuters

De acordo com as observações preparadas e divulgadas antes da audiência, Altman dirá ao Subcomitê Judiciário do Senado sobre Privacidade, Tecnologia e Lei que ele está "ansioso para ajudar os legisladores a determinar como facilitar uma regulamentação que equilibre o incentivo à segurança e, ao mesmo tempo, garanta que as pessoas possam ter acesso aos benefícios da tecnologia".

Na semana passada, os legisladores da União Europeia chegaram a um acordo sobre um conjunto rígido de regras quanto ao uso da inteligência artificial, que inclui restrições a chatbots como o ChatGPT, à medida que Bruxelas avança na promulgação do regime mais restritivo do mundo para o desenvolvimento de tecnologia.

No início deste mês, tanto a FTC (Comissão Federal de Comércio) dos Estados Unidos quanto o órgão de fiscalização da concorrência do Reino Unido dispararam tiros de advertência contra o setor.

A FTC disse que estava "se concentrando intensamente em como as empresas escolherão usar a tecnologia de inteligência artificial", enquanto a autoridade de competição e mercados do Reino Unido planeja lançar uma análise do mercado de inteligência artificial.

O testemunho de Altman recomendará que as empresas de inteligência artificial cumpram um "conjunto adequado de requisitos de segurança, incluindo testes internos e externos antes do lançamento", e condições de licenciamento ou registro para modelos de IA.

No entanto, ele fará uma ressalva ao enfatizar que os requisitos de segurança que "as empresas de inteligência artificial precisam cumprir [devem] ter um regime de governança flexível o suficiente para se adaptar aos novos desenvolvimentos tecnológicos".

O rápido desenvolvimento da inteligência artificial generativa, que pode produzir uma escrita convincente e semelhante à humana, nos últimos seis meses, gerou alarme entre alguns especialistas em ética de inteligência artificial.

Em março, Elon Musk e mais de mil pesquisadores e executivos de tecnologia assinaram uma carta pedindo uma pausa de seis meses no treinamento de modelos de linguagem de inteligência artificial mais poderosos do que o GPT-4, a tecnologia que embasa o "chatbot" da OpenAI.

No início deste mês, Geoffrey Hinton, um dos pioneiros da inteligência artificial, se demitiu do Google depois de uma década no gigante da tecnologia para falar livremente sobre os riscos da tecnologia, que ele advertiu que ampliaria as divisões sociais e poderia ser usada por agentes mal-intencionados.

"A inteligência artificial será transformadora de maneiras que ainda não podemos imaginar, com implicações para as eleições, empregos e segurança dos americanos", disse o senador republicano Josh Hawley em uma declaração antes da audiência.

Christina Montgomery, vice-presidente e diretora de privacidade e confiança da IBM, e Gary Marcus, professor emérito da Universidade de Nova York, também prestarão depoimento na terça-feira.

"A inteligência artificial precisa urgentemente de regras e salvaguardas para lidar com suas imensas promessas e armadilhas", disse o senador democrata Richard Blumenthal, presidente do comitê, em um comunicado.

"Esta audiência inicia o trabalho do nosso subcomitê quanto a fiscalizar e esclarecer o uso dos algoritmos avançados e da poderosa tecnologia da inteligência artificial... enquanto exploramos padrões e princípios sensatos para nos ajudar a navegar nesse território desconhecido", ele acrescentou

Tradução de Paulo Migliacci

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